terça-feira, 9 de novembro de 2010

A automedicação e os seus efeitos

O homem sempre sonhou em ser eterno. A procura pela longevidade vem de tempos remotos. E esta busca insaciável pela eternidade tem levado centenas de pessoas a cometer os maiores crimes e disparates ao longo da história da humanidade. E um dos maiores disparates de todos é o abuso de medicamentos que em vez de proporcionar a saúde pode mesmo levar a uma morte prematura.


Foi o caso do primeiro imperador da China Ying Jien. Os relatos históricos dizem que este imperador no desejo de perpetuar a sua vida, obrigou os seus curandeiros a encontrarem um remédio que lhe proporcionasse a vida eterna. Os médicos sem saberem o que fazer e na busca para satisfazer o desejo do imperador, começaram a ministrar doses de mercúrio no imperador. No desespero de viver mais, o imperador exigia mais e mais doses de mercúrio e a busca da vida eterna provocou-lhe a morte prematura devido à intoxicação provocada.

Mais recentemente, durante a época dos descobrimentos muitos aventureiros portugueses e espanhóis perderam as suas vidas ou desapareceram em florestas tropicais à procura da lendária fonte da juventude. Por volta do século XV e XVI era muito comum a crença na existência da fonte da juventude. Havia pessoas consideradas de grande conhecimento que escreviam sobre o tema. Um dos aventureiros que mais se empenhou em encontrar a tão desejada fonte foi Ponce de León que passou a pente fino tanto a península da Flórida como as ilhas da América central. Ele acreditava que se não a encontrasse, alguém havia de a encontrar. Fontinha (2008). Assim a população mundial tem procurado ardentemente a busca miraculosa para ultrapassar o problema da morte e por muitas vezes centenas e centenas de pessoas buscam no excesso de medicamento o tónico para a vida.

Um dos casos mais recentes e mais polémicos é o que sucedeu ao rei da pop Michael Jackson. O jornal O Público declara que o excesso de medicamentos poderá ter sido a causa da morte do cantor. O jornal ainda relata parte da entrevista da empregada do cantor em que ela afirma: “Houve uma altura em que as coisas estavam tão mal que não deixava as crianças vê-lo. E comia muito pouco e fazia misturas em excesso”. O Público (2009).
É muito grande o número de idosos que se intoxicam anualmente devido ao abuso da quantidade de medicamentos, ou auto medicação. Estes valores aumentam de uma forma avassaladora quer a nível nacional, europeu e mundial. A saúde pública mundial gasta muito dinheiro com as intervenções hospitalares no que se refere a internamento de idosos intoxicados com medicamentos.

O investimento que é necessário para fazer na saúde pública todos os anos a nível nacional para receber e custear estes idosos que diariamente são atendidos nos hospitais em todo o país, podiam ser encaminhados para proporcionar uma melhor qualidade de vida para estas pessoas, caso houvesse uma educação preventiva que mostrasse o risco que uma pessoa corre ao fazer auto medicação. Caso houvesse uma prevenção para evitar estes problemas que atinge os países de uma forma indiscriminada, haveria mais verbas para apostar nos cuidados do geronte e proporcionar assim melhores condições de vida. Com isto todos sairiam beneficiados.

Certamente o Estado gastava menos com a saúde pública, haveria mais camas disponíveis nos hospitais e a população idosa poderia beneficiar de uma vida mais saudável e o próprio Estado podia investir em áreas de interesse para estes gerontes. Mas para tal é preciso uma mudança de atitude, uma reeducação e uma consciencialização em massa dos perigos que o abuso dos medicamentos pode causar.

Mas seria de facto necessário fazer uma consulta médica para poder obter os tão conhecidos "medicamentos de primeira mão"? Não estaríamos nós a entrar num sistema burocrático que colocaria em risco a saúde prática e imediata do cidadão? Fica por analizar qual seria a opção mais adequada. 



1 comentário:

  1. ainda não tinha pensado tão profundamente na problemática da auto-medicação. Isto no ocorre constantemente.

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