quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Rir é o Melhor Remédio

Todos nós, a qualquer momento, passamos por algo que não está bem ou que não nos deixa sorrir para a vida, como a doença, a dor pela perda de alguém que nos é querido, as dificuldades financeiras, ou simplesmente a luta que travamos para adaptar as nossas aptidões e capacidades ao estilo de vida em que estamos inseridos.  Não obstante todos nós devemos procurar dentro de nós mesmos ou à nossa volta algo que nos ajude a erguer. Há uma necessidade de encontrar nas coisas simples da vida uma razão para rir e este riso irá transportar-nos através de uma vida cinzenta para uns momentos de alegria que só trará benefícios. 
Segundo Lopes (2010) vários estímulos são percebidos ao rir, e estes percorrem todo o cérebro, essencialmente a parte do comportamento que está ligada à região frontal do mesmo, estimulando assim as áreas motoras da face e de outras partes do corpo.
De acordo com Livingstone  (2004) “o humor também é uma forma de partilha da prática social. Rir com alguém é uma forma de afirmar que todos estamos no mesmo barco”. Para Barroca (2005) O poder do sorriso é grande, e saber sorrir é algo de muito importante. A mesma autora menciona Antoine de Saint-Exupéry ao dizer que: “no momento em que sorrimos para alguém, descobrimo-lo como pessoa, e a resposta do seu sorriso quer dizer que nós também somos pessoa para ele”.
Para além da vertente social o riso tem uma grande conotação no âmbito da saúde do indivíduo. De acordo com a Revista Brain & Mind de 2004 “o riso primeiro, activa o sistema cardiovascular, então a frequência cardíaca e pressão arterial aumentam. As artérias então se dilatam, levando, portanto, a uma queda da pressão. Contracções fortes e repetidas dos músculos da parede torácica, abdómen e diafragma aumentam o fluxo sanguíneo nos órgãos. A respiração forçada eleva o fluxo de oxigénio no sangue”. Para Lewis (1998) “uma atitude positiva é mais saudável que um prato de sopa”. 
Ellen White (2008) postula que “o ânimo, a esperança, a fé, a simpatia e o amor promovem a saúde e prolongam a vida. Um espírito contente, animoso, é saúde para o corpo e força para a alma. O próprio Jesus durante o seu ministério nas terras áridas da Judeia parecia dar a receita de uma vida saudável através do sorriso ao dizer constantemente através dos evangelhos: “tende bom ânimo”. Isto vem de encontro com o conselho do Salmista ao propor que O coração alegre serve de bom remédio." Prov. 17:22. 

Concluo com o pensamento de Lewis (1998) “Acarinha as tuas memórias do passado. Mas sobretudo procura recordar-te daqueles momentos que um dia te fizeram sorrir”.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Os 10 Mandamentos da Gerontologia Social

Extraídos do Texto de Bize e Vallier  ( Uma nova vida: a terceira idade)

I
Um organismo central supra-municipal de coordenação e um preliminar indispensável. 

II
A aglomeração urbana deve ser repartida em sectores sociais com relativa autonomia.

III
A mistura de idades é obrigação absoluta.

IV
Há que manter o meio ambiente habitual: o citadino na cidade, o rural na sua aldeia. 

V
A manutenção de uma actividade é indispensável para a preservação da saúde psíquica e mental.

VI
O enquadramento e a participação das pessoas idosas devem ser o fundamento da organização geriatra de amanhã.

VII
Caso a habitação própria se afigure incompatível com as condições fisiológicas, psicológicas e económicas decorrentes da velhice, quando chegar a reforma deve procurar-se a solução de um lar com equipamento colectivo...solução que deve, se possível, ser preparada com antecedência.

VIII
Ao optar-se por uma solução de tipo colectivo, deve assegurar-se a subsistência neste tipo de vida, mesmo quando sobrevêm  doenças ou invalidez... já que esta escolha corresponde a uma procura de segurança.

IX
O serviço hospitalar impõe-se como um serviço de reinserção social. Este aspecto confere-lhe a sua especialização, conseguida mediante a integração na equipa médica de agentes indispensáveis, nomeadamente os gerontólogos. 

X
É preciso manter um laço ente os diferentes serviços, acompanhado as pessoas idosas no hospital, em colectividade e no domicílio. 

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Envelhecimento e chocolate negro

Por Joaquim Parra Marujo

À não é novidade que o chocolate negro pode trazer benefícios para a saúde, mas um novo estudo norte-americano, publicado no «Chemistry Central Journal», avança que tem uma alta concentração de antioxidantes que previnem o envelhecimento prematuro, e tem mais concentrações do que os sumos de fruta.

Os investigadores do Centro Hospitalar Hershey para a Saúde e Nutrição compararam a capacidade antioxidante do cacau em pó com a de frutas e concluíram que, grama a grama, o primeiro era muito mais rico nesta substância e com um conteúdo de flavonóides muito maior.
Quando mediram a quantidade de antioxidantes, por porção, de chocolate negro, cacau, e mesclas de chocolate quente com a fruta, o chocolate continuava no topo da lista com mais capacidade antioxidante, com alta concentração de flavonóides e polifenóis. Contudo, ressalvam que o chocolate quente, devido à transformação, perde grande parte das suas propriedades.

O estudo, liderado por Debra Miller, mostra que as sementes de cacau oferecem “um valor nutritivo que vai muito mais além da composição macronutriente”.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O futuro da Medicina Transfusional

Uma reflexão sobre o artigo de W.G.Aken "O Futuro da Medicina Transfusional" editado na Revista AB0 nº 40. Lisboa.Edição de Out/Dez 2009

Com o aumento da esperança de vida surgem novos desafios para a sociedade. Um dos factores mais perturbadores para Aken é que o idoso “não sofre de uma doença única mas da presença simultânea de várias incapacidades”. A este fenómeno o autor chama de “multimorbilidade”. O outro fenómeno que surge como consequência da longevidade é apresentado como: “fragilidade”. Esta realidade é derivada da vulnerabilidade que a pessoa idosa tem em ser mais susceptível a doenças, contaminações e complicações a nível do quadro clínico. Por este motivo torna-se obrigatoriamente necessário evitar qualquer tipo de contaminação ou efeitos secundários resultantes de uma transfusão de sangue.

O aumento da população idosa, segundo Aken, irá trazer complicações a nível de material sanguíneo. São enumerados alguns desafios para os profissionais da saúde. Um deles está relacionado com o número de dadores que tem vindo a reduzir devido ao envelhecimento e estes lugares não estão a ser preenchidos por pessoas mais jovens.

Aken postula que o número de dadores com idade entre os 50 anos aumentou tanto no grupo feminino como masculino. Assim é cientificamente provado que o perfil dos dadores de sangue está enquadrado numa população que está a envelhecer. Desta forma reduz-se o número de sangue colectado. Em contrapartida a população envelhecida necessita grandemente de material plasmático. 

Uma das soluções propostas é aumentar a idade dos dadores de repetição e pessoas que doam pela primeira vez, desde que tenham saúde para tal. Mesmo assim o autor coloca como indispensável motivar o recrutamento da população mais jovem para “cobrir a perda dos dadores mais velhos” a fim de suprir a necessidade de sangue nos bancos hospitalares.

Segundo o autor o maior número de receptores de sangue e derivados estão relacionados com indivíduos com mais de 60 anos. Estas pessoas “beneficiam com tratamento de longa duração” em “elevadas doses”. Uma vez que a tecnologia tem avançado juntamente com a esperança de vida, calcula-se que em breve poderá serão efectuadas cirurgias mais complexas e tratamentos quimioterápicos “mais agressivos” em pacientes mais idosos o que consequentemente aumenta o número de gerontes a beneficiar dos produtos sanguíneos e plasmáticos.

A segurança no que se refere ao cuidado com o sangue sofreu grandes alterações nos últimos anos. Quanto a esta segurança, segundo Aken, as precauções passavam pelo processo da “educação do dador, o rastreio, a testagem para agentes específicos e o descarte de componentes do inventário” caso aparecesse alguma suspeita que o dador viesse a ser portador de uma doença.

Nos dias actuais Aken garante que a possibilidade de ser contaminado por doenças tais como hepatite e HIV por uma transfusão de sangue é muito remota, devido ao avanço das tecnologias. Não obstante é informando que a globalização e as “alterações climáticas” o risco de “novos agentes transmissíveis” constituem o maior problema no que tange à segurança de sangue.

No que se refere à protecção e preservação do sangue armazenado, a tecnologia tem dado o seu contributo para permitir que o sangue esteja em boas condições para ser usado. Cada vez mais a tecnologia avança e permite mais garantias de saúde nesta área.

É também evidenciado o perigo das reacções derivadas das transfusões de sangue num momento imediato ou posterior à recepção do sangue no corpo humano, bem como lesão pulmonar aguda causada pela transfusão. Para Aken, a melhor forma de evitar problemas de ordem não infecciosa nas transfusões é promover estudos para construir uma base de dados genética para garantir transfusões compatíveis aos receptores, evitando assim os “riscos de aloimunização”, ou seja rejeição.

Como forma de trazer resposta aos novos desafios da medicina, Aken indica que as mais diversas terapias celulares podem dar um grande contributo na evolução do desenvolvimento da medicina no campo das terapias transfusionais. Entre outros exemplos ele destaca a transplantação de células estaminais, uso de 
células dentríticas e linfócitos T para evitar a rejeição.

É enfatizado a necessidade de desenvolver todas estas tecnologias sob a transparência e de acordo com a biovigilância. Todos os serviços de sangue que dispõem de tecnologia e “infra-estrutura avançada” são convidados a participar deste avanço da ciência para o bem da humanidade.   

É focado ainda a importância de uma medicina personalizada, voltada para o doente em vez de centrada na doença. Para finalizar o autor aborda a questões no que se refere à negligência e falta de rigor nos exames de material sanguíneo que afecta metade dos países do mundo e consequentemente as doenças transmitidas devido à esta situação. É salientada a necessidade de cooperação entre diversas entidades para solucionar este problema.

Entendo que a solução segura é a manufacturação de produtos sanguíneo a partir de terapias celulares para suprir a grande demanda. Para além de solucionar o problema de compatibilidade, esta tecnologia irá também solucionar o desafio da contaminação quer por vírus ou bactérias quer as reacções negativas que podem ocorrer após uma transfusão de sangue.

O uso da tecnologia no que se refere ao futuro transfusional poderá ser um grande benefício para solucionar o problema de consciência de grupos religiosos minoritários que poderão ser eventualmente beneficiados com a produção de sangue artificial a partir de células estaminais. Desta forma estaremos a salvar vidas e a promover a tolerância.

Entendo que a função máximo do gerontólogo é promover um envelhecimento saudável. Aprecio o grande desenvolvimento da tecnologia para dar resposta segura, imediata e salutar a todos os gerontes que necessitam de transfusão de sangue num momento de vulnerabilidade. Não obstante compreendo que a tecnologia que engloba o avanço do processo de terapias celulares apresenta grandes custos financeiros em que nem todas as economias estão preparadas para embargar neste projecto. Enquanto a tecnologia não seja acessível a todos é necessária uma consciencialização da sociedade para promover a saúde e assegurar a vida.