domingo, 31 de outubro de 2010

O Exercício Físico e a Saúde do Idoso

A importância do exercício físico nunca foi tão abordada como nos nossos dias. Praticamente quase todos os tabus já fazem parte da história e os investigadores muito têm feito para este fim. Negreiros (2007) assegura que “a actividade física é reconhecida pela comunidade científica com um dos mais poderosos agentes na promoção da saúde e na qualidade de vida”.

Muitos estudos realizados mostram a relação entre a actividade física e saúde. O indivíduo que pratica exercícios ao longo da vida, sempre estabelecendo metas, irá obter bons resultados mesmo ao atingir a idade avançada. O exercício físico retarda em grande escala os efeitos do envelhecimento.

Monteiro (2008) realça a actividade física como um dos factores essenciais na vida do idoso quando une o exercício ao processo do envelhecimento. “Envelhecer é verbo, acção, continuidade”. Desta forma é notório que o envelhecimento pode ser menos sofrido quando o indivíduo mantém uma actividade física regular como forma de inibição dos efeitos da retrogénese.

Para Shephard (apud Negreiros 2007) “o indivíduo activo preserva sua capacidade funcional e pode reduzir sua idade biológica de 10 a 20 anos, comparado ao sedentário.

É um facto verídico que a longevidade está intimamente ligada com a actividade física e por outras actividades salutares que resultam deste comportamento. A revista National Geographic de Janeiro de 2006 apresenta um artigo que trata da longevidade de diversos povos entre eles um grupo de aldeões de Okinawa, da Sardenha, e um grupo de Adventistas do 7º Dia da cidade de Loma Linda, Califórnia, como campeões de longevidade. Entre eles destacam-se idosos de 103 a 112 anos que ainda conduzem, fazem caminhadas e andam de bicicleta diariamente. Um dos aspectos indicados é o facto de estas pessoas participarem activamente de acções denominadas, como “boas práticas”, das quais mencionam a actividade física e consequentemente uma alimentação saudável. Buettner (2006).

Faz parte do processo do envelhecimento a diminuição das capacidades físicas do indivíduo, principalmente a capacidade aeróbica. Para Barreiros, Espanha at al (2006) este processo é causado pelo “declínio gradual do consumo máximo de oxigénio” mais conhecido como “VO2 max”. Esta diminuição de consumo de oxigénio entretanto pode ser retardada sensivelmente através da actividade física constante. A diminuição do “VO2max” pode ser causada por vários motivos tais como; doença, vida social ou sedentarismo. Quanto mais o geronte se movimentar, mais retoma o seu “VO2max” promovendo assim a saúde e combatendo de uma forma saudável os efeitos naturais do envelhecimento.

A actividade física também está associada ao aumento da força muscular e a preservação do bom desempenho da motricidade evitando assim as quedas dos idosos que podem levar à morte. Maurício (2008) aborda a necessidade de “alimentar os músculos” com “actividades físicas para fortalecer a estrutura óssea”.

Barreiros, Espanha et al (2007) afirmam que “a prática de exercício físico de baixo impacto, são consideradas medidas terapêuticas importantes” no combate ao sofrimento derivado da osteoartrose ou mesmo como meio de prevenção da doença.

Para Neto (2010) “os exercícios com pesos, constituem uma boa forma de exercitação, fortalecendo o coração numa complementaridade ao exercício aeróbio, podendo associar a tudo isto a natação, obtendo-se grandes benefícios cardiovasculares”. Robert (1995) doenças do coração como atero-arteriosclerose “está ligada à idade mais difundida nos países industrializados” devido ao sedentarismo. Relativamente ao colesterol, Neto (2010) assegura que “o exercício e da actividade física é uma arma poderosa para a sua redução”.

A actividade física pode ser benéfica não somente para combater as doenças relacionadas ao coração mas também auxilia em outros sectores. Pode ser atribuído o exercício para pacientes que sofrem de artrite reumatóide. Neto (2010) sugere “exercícios de gerais de flexibilidade em piscinas de água aquecida”, “exercitação de todos os músculos que envolvem as articulações”, “pedalar numa bicicleta estática”, e “caminhadas” numa forma regular de “3 a 4 vezes por semana” como método natural no combate às dores provocadas por artrite e angina de peito e asma.

O exercício físico contínuo auxilia no combate à obesidade que é uma realidade preocupante no grupo de idosos sedentários. Com a evolução da idade o indivíduo perde massa muscular e aumenta a massa gorda. Isto ocorre principalmente porque ingere mais calorias que necessita.

A actividade física também pode ser vista como um elemento de grande importância para prevenir a depressão, aumentar a auto-estima e promover a integração social. O exercício é um agente muito útil no que se refere ao combate ao stress. Outros pesquisadores ainda admitem que a longevidade está associada ao paradigma do estilo de vida saudável desenvolvido através do exercício físico.

No que se refere ao tempo ideal para exercitar-se: “dedique 30 minutos diários a uma actividade moderadamente intensa para desencadear um bem-estar natural; perece libertar o químico feniletilamnina, uma espécie de anfetamina que melhora o humor e os níveis de energia.

A prática do yoga tem sido largamente difundida na nossa sociedade. E pelo que se pode constatar, os efeitos têm sido benéficos. Os exercícios de yoga ajudam a combater o stress crónico. Alguns idosos apresentam grande facilidade em dispersarem no pensamento. Río (2004) assegura que a prática do yoga é um grande auxílio na retoma da concentração.

Os benefícios da actividade física também são importantes no desenvolvimento cognitivo do geronte. Para Negreiros (2007) “o envelhecimento do sistema nervoso […] constitui um dos maiores desafios clínicos no actual estágio científico”. O retardamento das perdas das funções de aprendizagem no sénior pode ser devido à actividade física. Segundo esta linha de pensamento o exercício físico periódico actua como chave primordial que retarda as causas do envelhecimento, principalmente no que se refere às funções cognitivas.

Os idosos que praticam actividades físicas apresentam mais irrigação sanguínea no cérebro e um menor grau do declínio das funções cognitivas comparado com idosos sedentários. Laurim (apud Negreiros 2007) indica que “pesquisas actuais mostram que actividades físicas como caminhar e praticar desportos representam um significativo factor de protecção para prejuízos cognitivos e o surgimento de demências”.

Segundo Bullitt, Katz at all (2008) investigações recentes demonstram que “nos idosos, a prática de exercício físico está associada a um aumento do número de vasos sanguíneos de grande diâmetro no cérebro e uma melhoria da irrigação nas três principais artérias cerebrais” promovendo assim mais possibilidades do desenvolvimento cognitivo. Este facto é apoiado por Dustman ( apud Barreiros, Espanha et al (2006) ao salientar que “[…] é verificável uma forte associação entre a capacidade cognitiva e o nível de actividade física regular dos indivíduos, com vantagem para os mais activos”.

Para além de todos os benefícios que a actividade física pode propor, o seu papel é também de grande relevância no combate à depressão. Neto (2010) postula que “neurologistas, fisiologistas, psiquiatras e psicólogos são unânimes na prescrição de exercício físico para alívio nesta luta que invade as pessoas deprimidas”.

Com isto entende-se que a actividade física tem uma grande repercussão na vida do geronte e se for bem estruturada, regular e acompanhada, pode trazer grandes benefícios em todos os níveis cooperando assim para um viver saudável e um envelhecimento bem sucedido. É também notório que todos os autores mencionados são unânimes em informar que a actividade física tem um valor considerável na promoção da saúde, no combate ou prevenção das mais diversas doenças quer de ordem física ou psicossomática, promovendo também o bem-estar psicossocial. Desta forma posso concluir que o idoso que tem um corpo sadio terá mais condições de manter uma mente sadia, elevando assim a sua qualidade de vida.



segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A luz solar e a saúde do idoso

O Sol é um dos elementos mais essenciais à vida. Sem ele certamente a vida em nosso planeta seria impossível ou completamente diferente daquilo que conhecemos. Chergeaud (1997) classifica o Sol como “calor, prazer, alegria de viver, elemento indispensável para todo o ser vivo.”

A exposição solar de terminados objectos evita a humidade, a criação de bolor e consequentemente a proliferação de bactérias nocivas à nossa saúde. Sendo assim, o Sol pode ser considerado um dos desinfectantes naturais mais eficientes.

O contacto da pelo com a luz solar traz um grande contributo para a manutenção da saúde humana. Segundo Clergeaud (1997) “a exposição solar tem tendência a eliminar todo vestígio de borbulhas nas peles”, “activa a circulação periférica”, “facilita as trocas celulares”, “tem poder sedativo e descongestionante” trazendo desta forma alívio a “dores reumáticas e musculares”, acelera a cicatrização”.

Para além dos benefícios físicos que o Sol possa trazer aos seres humanos, também somos psicologicamente beneficiados pelos efeitos do astro rei. Segundo Miguel (2003) “a luz do Sol afecta positivamente o nosso estado orgânico e afectivo porque, quando passa pelo nosso olho, impulsos são propagados para regiões do cérebro relacionados com as emoções (sistema límbico) e a regulação das hormonas responsáveis pela sensação de bem-estar como a melatonina”.

Para Avril, Brodin at al. (2005) “o sol pode indiscutivelmente influenciar o nosso estilo de vida”. Assim é evidenciada a magnitude da influência que o Sol exerce em nossas vidas.

Para além de “fortalecer os ossos” e “ajudar no tratamento da depressão” Ferreira (2008) informa que “cerca de 20 minutos diários de luz solar na cara e nas mãos, produzirão toda a vitamina D de que precisa”.

Não obstante é necessária precaução pois o excesso à exposição solar pode trazer danos sérios à saúde como a desidratação, queimaduras de 1º a 3ºgraus, aparecimento de manchas, cancros cutâneos, entre outros. Para obter o máximo de aproveitamento do sol os horários recomendados são de manhã até às 10 horas e à tarde a partir das 16 horas. A exposição abusiva durante os períodos não aconselhados pode ser prejudicial à saúde.