sexta-feira, 27 de julho de 2012

O desafio da Mobilidade Motora em Portugal


Baseado nas informações do Instituto Nacional de Estatística, é possível fazer uma leitura do recenseamento de 2001, e analisar a condição da dificuldade de mobilidade da população portuguesa, especialmente dos idosos, como se vê no quadro que se segue:
  
Tabela 1 – População total e com deficiência e taxas de deficiência por faixas etárias
Faixa etária
População
Percentagem da população com deficiência motora
0 a 15 anos
1 656 602
2,2%
16 a 24 anos
1 352 106
3,5%
25 a 54 anos
4 396 336
5,2%
55 a 64 anos
1 121 137
9,5%
64 anos ou mais
1 702 120
12,5%
Pop. residente
10 356 117
6,1%
(Fonte INE Censos 2001, Doc. de trabalho PAIPDI)


Uma análise superficial ao quadro revela a flagrante realidade da população portuguesa no âmbito da imobilidade motora em relação com a faixa etária. O índice de pessoas com deficiência motora aumenta flagrantemente com o aumento da idade. Aponta que 6,1% da população portuguesa residente no continente e ilhas tem deficiência motora, desse grupo 12,5% têm idade igual ou superior a 65 anos, o que mostra que o maior índice de deficiência está na população idosa. Com o aumento e o envelhecimento da população que será revelado no censo de 2011 é de se esperar que o número de idosos com deficiência tenda a aumentar.
As indicações acima demonstram a necessidade que temos, face aos desafios, em promover acessibilidade a idosos, tendo em vista que 12,5% dessa população tem dificuldade em locomover-se.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

A Educação no Contexto do Envelhecimento


Por Luciano da Silva e Margarida Monteiro
O ato de promover a educação das camadas mais velhas da sociedade está relacionado com o desenvolvimento de uma gerontologia educativa. Glendenning (apud Veloso 2011) traça o desenvolvimento dessa vertente da Gerontologia no ano de 1976 por Howard, professor da Universidade do Michigan.

Para Anaut (2005, p: 123) “a população idosa tornou-se nomeadamente um dos grupos de investigação mais instrutivos […]”. Assim o idoso dos nossos dias passou a ser visto como parte integrante de um grupo com um grande potencial. Este grupo entretanto tem as suas características, necessidades e fragilidades próprias.

Tornou-se obrigatório criar e desenvolver meios para proporcionar aos idosos melhor qualidade de vida e promover um modelo de envelhecimento onde sejam garantidas condições de integração social e que potenciem um envelhecimento saudável em todos os seus aspetos.

A Quinta Conferência Internacional sobre Educação de Adultos, de 1997, que teve lugar na cidade de Hamburgo declara: “é importante que (esses adultos idosos) tenham oportunidade de aprender em igualdade de condições e de maneira apropriada. As suas capacidades e competências devem ser reconhecidas, valorizadas e aproveitadas”. Segundo Terra (2009, p:5) “educação para os idosos são programas educacionais voltados atender às necessidades da população idosa, considerando as características desse grupo etário”.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

O Novo Conceito de Envelhecimento


Por Luciano da Silva e Margarrida Monteiro

No âmbito do reconhecimento do novo paradigma da velhice, sendo uma realidade nos dias atuais e que continuará a ser cada vez mais nos anos vindouros, Osório e Pinto (2007 p:216) apresentam o quadro comparativo do idoso do passado com o idoso de hoje e do futuro, como segue:  

O paradigma do envelhecimento produtivo na prática gerontológica
Perspetiva tradicional
Perspetiva do envelhecimento produtivo
Nihilista
Esperançoso
Deterioração
Crescimento e desenvolvimento
Incapacidade
Saúde e bem-estar
Institucionalização e dependência
Autonomia, independência e interdependência
Forte resistência à mudança
Ajustamento à mudança
Incapaz de aprender
Estimulação intelectual
Preparação para a morte
Desfrutar o dia-a-dia
Vulnerabilidade/passividade
Empowerment
Qualidade de vida (uma dimensão)
Qualidade de vida (multidimensional)
Desapego social
Envolvimento social
Isolamento comunitário
Integração comunitária
Negação e evitamento de desafios
Enfrentar desafios
Necessidades, défices, perda de oportunidades
Força, habilidades, desejos, oportunidades
O passado e o que este poderia ter sido
O futuro e o que ele ainda poderá representar
O microambiente
O macro ambiente
Comportamentos “apropriados à idade”
Comportamentos neutrais para a idade
Uso de um stock terapêutico
Melhoria terapêutica
Estilo de vida sedentária
Ativismo e atividade
Receber
Dar, prestar voluntariado, trocar











A sociedade está em mudança e, como aborda Aken (2009), a esperança de vida mudou consideravelmente em todo o mundo. Isto inclui não somente os países desenvolvidos como também os países mais pobres. Esse crescimento da esperança de vida aumenta a taxa da população com idade superior a 65 anos, mostrando que essa realidade está longe de ser invertida como sugere Aken (2009). Nesse sentido, a Gerontologia Social deve fomentar meios para que os idosos estejam capacitados a adaptarem-se ao novo conceito de um envelhecimento focado no bem-estar consigo próprio, com o micro e macro ambiente social. Para tal torna-se evidente a necessidade emergente de trabalhar na promoção da educação dos mais velhos a fim de equipa-los com uma educação transversal e transdisciplinar.

Para Paul (2002, p:29) “para envelhecer com qualidade é preciso ser criativo, responder às pressões mobilizando a sabedoria e o relativismo que a experiência ensinou, alterando as prioridades e os percursos, numa luta interna com o corpo e externa com a sociedade”. Esse conceito é uma nítida expressão sucinta daquilo que foi apresentado na tabela de Osório e Pinto. 

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Educação Ambiental e o Envelhecimento


A má utilização pelo Homem dos recursos naturais, tem sido provavelmente um dos fatores que mais danificam a biodiversidade no nosso planeta. Nem mesmo a própria natureza com as suas catástrofes naturais tais como erupções vulcânicas, terremotos, furações, tempestades avassaladoras e até mesmo os ataques interplanetários de meteoros, tem feito tanto dano no meio ambiente como a ação do Homem. Segundo afirmam Reeves e Lenoir (2006, p:10) “o aumento da temperatura média planetária, desde o início da era industrial, é avaliado em 0,8ºC (…) a poluição pelo ozono bateu todos os máximos desde que há registos, (…) o dióxido de carbono é o principal causador do efeito de estufa. E todavia, verifica-se que a quantidade de CO2 lançado na atmosfera continua a crescer”.

Com a intervenção de uma forma negativa do homem no ambiente, os efeitos têm sido devastadores e continuarão a ser, e as consequências afetam diretamente a humanidade pois necessitamos dos recursos naturais que estamos a destruir. Com isso a nossa saúde no seu todo é seriamente afetada. Falamos tanto em logevidade, bem-estar, qualidade de vida e envelhecimento bem-sucedido... mas tudo isso só é possível num planeta saudável. Assim cabe também ao gerontólogo alertar para o cuidado do meio ambiente.  

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Porque envelhecimos de forma diferente


Por Rui Oliveira 

Lisboa – Uma equipa de investigadores identificou, pela primeira vez, variantes genéticas ligadas ao envelhecimento biológico nos seres humanos.

O estudo, publicado na revista Nature Genetics, foi levado a cavo por uma equipa de investigadores da Universidade de Leicester. A descoberta permite perceber porque é que as pessoas não reagem todas da mesma forma à velhice.O ser humano tem duas idades – a cronológica, que diz respeito aos anos, e a biológica, que diz respeito à idade das nossas células – e essa idade nem sempre é a mesma. A idade biológica é avaliada pelos telómeros (repetidas sequências genéticas nas extremidades dos cromossomas), que se vão encurtando mais ou menos rapidamente com o envelhecimento.


A equipa de Nilesh Samani descobriu que, os telómeros de pessoas portadoras de certas variantes genéticas pontuais eram mais curtos do que os das não portadoras, o que faz com que as portadoras fossem biologicamente mais velhas do que as outras, apesar de terem a mesma idade em anos.
«O que o nosso estudo sugere é que certas pessoas estão geneticamente programadas para envelhecer mais depressa», diz o co-autor do estudo, Tim Spector, do King’s College de Londres, num comunicado. O investigador acrescentou ainda, que as pessoas portadoras das tais variantes genéticas poderão envelhecer mais depressa ainda se forem expostas a ambientes nocivos para os telómeros.


Os factores agravantes que foram apresentados foram «o tabaco, a obesidade e o estilo de vida sedentário». Estas pessoas poderão vir então a «desenvolver um maior número de doenças ligadas ao envelhecimento».


(c) PNN Portuguese News NetworkFonte: noticiasongs.org/archives/8220