quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O conceito de Paulo Freire aplicado à diversidade da Gerontologia Social


O conceito fundamental do método Paulo Freire passa por três elementos essenciais:
  •          Investigar;
  •          Tematizar;
  •          Problematizar.

O processo de investigação consiste no educador conhecer a realidade de vida diária do educando, suas qualificações profissionais, cultura, medos e sonhos. Freire (1977) evidenciou a necessidade do diálogo através da “roda de cultura”e salientou a sua necessidade na estruturação do conteúdo programático da educação. O mesmo autor assegura que “a educação autêntica não se faz de «A» para «B» ou de «A» sobre «B» mas de «A» com «B», mediatizados pelo mundo.” Freire (1975). Assim Freire postula que no processo da educação o educador também aprende com o educando.

A partir da investigação o educador estará apto a utilizar as palavras que fazem parte do dia-a-dia do educando. O processo de tematização consiste em levar o educando a conhecer as palavras que são vivenciadas na sua comunidade local, no seu trabalho e afazeres.

Na problematização, é o momento de crescimento tanto do educando como do educador. Freire (1985) postula que “a tarefa do educador, então, é a de problematizar aos educandos o conteúdo que os mediatiza, e não a de dissertar sobre ele, de dá-lo, de estendê-lo, de entregá-lo, como se tratasse de algo já feito, elaborado, acabado, terminado”. Como o educando não tem as respostas feitas, é levado a questionar sempre. 

O modelo de alfabetização desenvolido por Freire está intrincesamente ligado ao empowerment. Por esse motivo pode ser aplicado ao desenvolvimento dos idosos nas mais variadas áreas. Esse método pode ser utilizado e adaptado na instrução dos idosos desde o campo da info-inclusão até às actividades lúdicas, passando pelo campo das emoções, dos conflitos consigo próprio e com outros até às questões ralacionadas com a finitude quando se questiona  e nega a doença, onde aprende-se a aceitar a enfermidade e a questinar "porque não eu?" em vez de "por quê eu?". Nesse aspecto o Gerontólogo Social tem ferramentas para abrir novos horizontes que poderão dar ao idoso mecanismos para conquistar todos os desafios que lhe são apresentados no seu dia-a-dia. 

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A Confusão Mental do Idoso


“Num estudo de Lipowski, cerca de 15% dos doentes idosos admitidos a enfermarias de medicina estavam confusos na altura da admissão. Da leitura do mesmo trabalho e dum outro apura-se que 25 a 35% dos doentes idosos, cognitivamente intactos no exame inicial, acabam por desenvolver confusão durante a sua estadia no hospital.”

“O pronto reconhecimento dum estado de confusão é ainda importante porque pode evitar as quedas e fracturas a que o doente idoso se sujeita se, agitado, faz tentativas para se evadir do ambiente hospitalar que não é familiar (...)”

“As causas mais frequentes de confusão nos idosos são os medicamentos, outras doenças, a privação do álcool e/ou sedativos-hipnóticos e o pós operatórios de intervenções de cirurgias geral.”
Hodkinson afirma «A confusão mental como sintoma de apresentação tem uma posição central na medicina geriátrica. A sua importância deve ser bem salientada uma vez que é, de longe, mais frequente como sinal avisador de doença física do idoso do que, por exemplo, a febre, a dor ou a taquicardia.»

Fonte: Carlos Garcia in "Geriatria Clínica"

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Vida Social do Idoso



Por Silvia Virginia Coutinho Areosa; Lisianne Brittes Benitez; Francisca Maria Assmann Wichmann



Ao relacionar-se com diferentes grupos o idoso desenvolve um sentimento de estar sempre ativo e ter seus direitos respeitados, conseguindo, desta forma, manter uma convivência harmónica.

A manutenção de relacionamentos interpessoais torna o idoso um ser saudável, ao contrário de pessoas sós que possuem dificuldade de relacionar-se e manter vínculos afetivos. Participar de reuniões semanais em grupos de terceira idade contribui para a realização pessoal dos idosos, permitindo que se sintam membros importantes na continuidade do grupo, além de resgatar a capacidade de ser útil e a dignidade de viver (VICINI, 2002; GALISTEU et al., 2006).

Bulla e Kunzler (2005) mencionam a importância das universidades para a terceira idade, pois proporcionam ao idoso o contato com outras gerações, tendo momentos de lazer e de autorrealização. Os autores afirmam que as pessoas que frequentam estas atividades demonstram como é possível alcançar um envelhecimento saudável com autonomia, entusiasmo e disposição, mostrando que a velhice não precisa estar associada ao isolamento e à falta de vontade de viver.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Fonte da Juventude


Como é que o exercício físico nos ajuda a viver mais e melhor?
  •  Ajuda-nos a sentirmo-nos bem! A vida torna-se mais alegre e esta sensação agradável não provoca um efeito negativo mais tarde. Além disso, as hormonas que produzem a sensação de bem-estar, que temos após o exercício, promovem a saúde.
  •  Fortalece o coração. Isto é importante numa sociedade em que quase uma em cada duas pessoas morre de doenças cardiovasculares.
  •  Pode baixar a tensão arterial e a frequência cardíaca em descanso, protegendo, assim o coração e os vasos sanguíneos. 

Fonte: Revista Sinais dos Tempos Edição Especial INSS 0873-9013

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Desenvolvimento Espiritual do Idoso

A Gerontologia social vê o Homem sob três prismas diferentes:

  • O Homem na relação consigo próprio e com o semelhante;
  • O Homem na relação com o meio envolvente;
  • O Homem na relação com o Transcendente. 

Assim o Homem é visto com necessidades de desenvolvimento nessas três áreas da vida. Partindo desse pressuposto de base o Blog SessentaMais vem comemorar os seus 3 anos na promoção de um envelhecimento saudável, oferecendo a cada blogger o livro Caminho para a Esperança. A oferta também inclui porte pago!

Todos os interessado poderão enviar o seu pedido para yesluciano@hotmail.com solicitando o livro " O caminho para a Esperança. Totalmente Gratuito!

Resumo do livro: Livro de bolso onde o Homem é enquadrado como um ser tridimensional no seu relacionamento consigo próprio; com meio envolvente e com o Transendente. 


Educação Emocional para Sénior - Lançamento


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O desenvolvimento espiritual do idoso


O desenvolvimento espiritual do idoso, conhecido tecnicamente como geronto-transcendência, pode ser definido como a capacidade do idoso de elevar-se acima das dificuldades, dos obstáculos, do materialismo e de tudo que é superficial e colocar-se numa posição mais elevada mas ao mesmo tempo ter a humildade para saber ouvir e respeitar as pessoas à sua volta. É a capacidade de entender que na balança do juízo o espiritual ou aquilo que transcende pesa mais que o material e o egoísmo. Como disse Ellen   White (2009) “ sempre que a vida de Deus estiver no coração dos homens, ela fluirá para outros em amor e bênções.  E como mencionou Saint-Exupéry (1987), com a geronto-transcendência, podemos “ver em cada coisa uma vida interior”. Mas como é que desenvolvemos essa capacidade de ver para além daquilo que é natural do ser humano?

Cosaert (2011) conta a experiência que “ Alguns produtores de batata decidiram guardar as maiores batatas para si mesmos e plantares as menores batatas, como sementes. Depois de algumas colheitas insatisfatórias, eles descobriram que a natureza havia reduzido suas colheitas de batata ao tamanho de berlindes. Com esse desastre, aqueles os agricultores aprenderam uma importante lei da vida”. Cosaert (2011) postula ainda que “não lhes era possível ter as melhores coisas da vida para si próprios e usar as sobras como semente. A lei da vida decreta que a colheita reflecte o que se planta. “Num outro sentido, plantar batatas pequenas ainda é uma prática comum. Tomamos as grandes coisas da vida para nós mesmos e plantamos as sobras. Esperamos que, por alguma estranha reviravolta das leis espirituais, nosso egoísmo seja recompensado com altruísmo”. Nós só colhemos aquilo que plantamos. O mesmo ocorre na geronto-transcendência. Hoje estamos a desenvolver o tipo de idoso que seremos amanhã e colheremos o fruto do nosso desempenho.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Solidão em idosos


Por Liliana Marcia Fernandes Teixeira 

"Com o avançar da idade a maioria das pessoas idosas reduzem a sua participação na comunidade, o que pode originar sentimentos de solidão e desvalorização, com efeitos ao nível da integração social e familiar, e ao nível da saúde física e psíquica.5 Neto (1993 cit. por Melo e Neto, 2003) menciona que a satisfação com a vida está negativamente ligada com a solidão. Estudos empíricos comprovaram que as pessoas que estão mais satisfeitas com a vida encontram-se habitualmente melhor adaptadas e libertas de patologias.

Um estudo desenvolvido por Savikko e colaboradores (2005, cit. por Fernandes, 2007) em 2002, na Finlândia, com uma amostra de 3915 indivíduos idosos, com idade igual ou superior a 75 anos, deu uma grande colaboração para a investigação da solidão. Estes autores fizeram a análise da prevalência da solidão e das atribuições causais de que essa solidão é alvo. Os dados obtidos evidenciaram que 39% da amostra reportava sentimentos de solidão, sendo que 5% sofria de solidão frequentemente ou sempre. A sensação subjectiva de solidão, era geralmente mais sentida entre os idosos mais velhos que viviam em zonas rurais, do que  entre os que viviam nos grandes centros urbanos. Neste mesmo estudo, os autores também concluíram que existem agentes considerados potencializadores de solidão, sendo eles o fraco estado físico a nível funcional, a viuvez e baixos rendimentos. Por último, referiram que as causas subjectivas mais comuns para sofrer de solidão são as próprias doenças, a morte do companheiro e a falta dos amigos.

Estas conclusões vão ao encontro da opinião defendida por Neto (1999): a reforma, a viuvez,  e  a diminuição de saúde privam as pessoas de muitos papéis e relações  essenciais em torno dos quais as suas identidades tinham sido construídas. Estes parecem constituir-se como os principais determinantes da solidão nos idosos".

Fonte:  Solidão, Depressão e Qualidade de Vida em Idosos: Um Estudo Avaliativo Exploratório  e Implementação-Piloto de um Programa de Intervenção

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

European healing conference


Foto



O Problema social do envelhecimento - 2ª parte


Por Francisco Canais Rocha

O  problema social do envelhecimento resulta das transformações demográficas  operadas nas últimas décadas nas sociedades mais desenvolvidas, as quais  conduziram a um progressivo aumento da esperança média de vida e a uma acentuada redução da taxa de natalidade. Há cada vez mais idosos e cada vez  menos crianças. E a tendência é para o seu agravamento.
É  óbvio que o aumento da esperança média  de vida é uma das grandes conquistas do século XX e, como tal, deve ser  saudada. Durante muito anos a luta da Humanidade foi por prolongar a vida, «dar  mais anos à vida». Hoje a luta é «dar mais vida aos anos». E tem de ser assim,  porque o aumento da esperança média de vida não se traduziu, no entanto, numa  melhoria da qualidade de vida de idoso.
 A  revolução demográfica, e os problemas económicos e sociais daí decorrentes,  levaram a Assembleia Geral das Nações Unidas a adoptar, em 1991, os Princípios das Nações Unidas em favor das  Pessoas de Idade, subordinados ao lema «Para dar mais vida aos anos que se  juntam à vida». Esses princípios prendem-se com a autonomia, a participação,  os cuidados, a auto-realização e a dignidade  da pessoa idosa.
 A partir de então, os  problemas sociais do envelhecimento passaram a estar na ordem do dia. Mas a  solução dos mesmos não é fácil. E não o é porque a nossa sociedade encontra-se  em completa transformação. Abalada pela droga, corrompida pele dinheiro e com a  família em queda, a sociedade perdeu os valores tradicionais, que eram a base  da sua coesão.

Fonte fiequimetal 

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

O problema social do envelhecimento


Por: Francisco Canais Rocha


Segundo  tem sido divulgado, cerca de um quarto da população nacional vive na pobreza.  E, de acordo com um estudo da União Europeia, 20 por cento dos portugueses  vivem abaixo do limiar da pobreza.

 Por  outro lado, 40 por cento dos pobres, em Portugal, têm como principal fonte de  rendimento o que recebem de salário; 41 por cento das pessoas que recebem  subsídio de desemprego são consideradas pobres; e 65 por cento dos que vivem  dos benefícios sociais continuam a ser pobres. O grupo etário mais atingido pela pobreza é o dos idosos. E são  eles também as maiores vítimas da exclusão social.

 O  problema do envelhecimento adquire, assim, uma dimensão social. E não há democracia  social, digna desse nome, enquanto não houver uma política social que responda  aos desafios que o envelhecimento da população hoje coloca.

Fonte fiequimetal