segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Quais as finalidades do banho no leito?

Por Tomas Söderberg ( criador do manual de cuidadores de idosos)

"O banho no leito deve ser aplicado no paciente idoso para: proporcionar conforto e bem-estar; remover sujidades aderidas à pele e odores desagradáveis; estimular a circulação; remover células mortas e microorganismos;  favorecer a transpiração.

O que o cuidador deve saber sobre o banho no paciente idoso?
A rotina do banho é essencial. Procure aplicar o banho sempre no mesmo horário e não mude a maneira de conduzir o banho. Assim, o cuidador deve: na medida do possível, deixar que o idoso realize (quando estiver em condições) a tarefa de banhar-se. A melhor maneira de o cuidador agir, é na condição de incentivador e auxiliar; antes de chamar o idoso para o banho, o cuidador deverá preparar tudo nos mínimos detalhes; se os objetos necessários não estão à mão (sabonete, champô, toalha, roupas limpas), corremos o risco de ter que deixar o idoso sozinho e molhado num ambiente potencialmente perigoso; quando se está preparando o banho, todas as ações devem ser explicadas em voz alta, falando clara e pausadamente, uma a uma; banho de duche, com água em abundância e temperatura agradável são requisitos indispensáveis; ao iniciar o banho, dependendo do grau de autonomia do idoso, deve-se pedir que vá se despindo. As ordens devem ser bem claras:
  • Vamos tirar suas roupas,
  • Entre no polibã;
  • Passe o sabão nas axilas;

Todas as ordens bem executadas devem ser acompanhadas de elogios; após o banho, o cuidador deve oferecer a toalha, e pedir ao idoso que se seque, supervisionando principalmente entre os dedos dos pés e nas dobras do corpo. Depois, oferecer roupas limpas, peça por peça, explicando onde colocar (a camisa, as meias...) e ajudando-o se for necessário;

O banho também é um ótimo momento para realizar uma revisão sistemática da pele, unhas e cabelos, observando assim alguma lesão escondida, rachadura na pele ou nos pés, hematomas ou algum outro trauma, escaras que estão iniciando, micoses, etc; as unhas devem ser cortadas semanalmente;  o cuidado com a cavidade oral (boca) é importante. A limpeza de próteses (dentaduras) ou mesmo dentes naturais, bem como as gengivas, devem ser rigorosamente observados, principalmente após as refeições; os cabelos devem ser lavados regularmente e revisados em busca de parasitas. Os cortes do cabelo e da barba devem ser feitos periodicamente; quando o idoso não quiser fazer a sua higiene e nem deixar o cuidador fazê-lo, você deve manter postura determinada, evitando a confrontação e a discussão, conduzindo com firmeza, passo a passo, a execução de toda a tarefa".

domingo, 29 de janeiro de 2012

Linha do Cidadão Idoso

"A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas decidiu proclamar o ano de 1999 como o Ano Internacional das Pessoas Idosas, sob o lema: "Por uma Sociedade para todas as Idades", sociedade que se quer baseada no respeito pelos direitos humanos, pelas liberdades fundamentais, pela justiça social e pela participação cívica, designadamente chamando a atenção para um grupo de particular risco - a população idosa.

O Provedor de Justiça neste contexto decidiu criar uma linha telefónica gratuita de apoio aos cidadãos idosos.
A Linha do Cidadão Idoso pretende divulgar junto das pessoas idosas informação sobre os seus direitos e benefícios na área da saúde, segurança social, habitação, obrigações familiares, acção social, equipamentos e serviços, lazer, entre outras, de forma a contribuir para uma participação mais activa dos idosos na vida da sociedade, habilitando-os para um melhor exercício dos seus direitos. Propõe-se igualmente garantir um atendimento personalizado e contribuir para a acessibilidade da informação.

A Linha do Cidadão Idoso 800 20 35 31 funciona todos os dias úteis entre as 9h30m e as 17h30m, existindo um gravador de chamadas fora deste horário. A chamada é inteiramente gratuita.

A questão colocada será tratada directamente pela Linha do Cidadão Idoso ou, caso tal não seja possível, será encaminhada para as entidades competentes ou para os serviços da Provedoria de Justiça, desde que esteja dentro do seu âmbito de actuação.
A Linha do Cidadão Idoso iniciou o atendimento público em 15 de Julho de 1999.

Para que Serve?
Serve para informar e divulgar, junto dos cidadãos que atingiram a maturidade das suas vidas, um grande conjunto de direitos e de benefícios, em áreas tão importantes como, por exemplo:
  • Saúde
  • Segurança Social
  • Habitação
  • Equipamentos e Serviços
  • Tempos Livres
  • A Linha do Cidadão Idoso não é uma linha de emergência e não dá consulta jurídica.

Como Funciona?
Do outro lado do telefone encontrará, entre as 9h00 e as 17h00 de cada dia útil, uma voz interessada e atenta que tudo fará para o(a) ouvir, aconselhar e informar e, se necessário, para lhe dar os endereços e os números de telefone que poderá contactar. Se possível, a própria Linha resolverá directamente o seu assunto ou encaminhará a sua reclamação para os serviços da Provedoria.

Fora desta hora poderá sempre deixar a sua mensagem. Será sempre contactado.

Porquê uma Linha do Cidadão Idoso?
Porque as pessoas têm direito a:
  • Segurança Económica
  • Condições de Habitação
  • Convívio familiar e comunitário
  • Respeito pela sua autonomia pessoal (cf. CRP art.º 72) " 
Fonte: Provedor da Justiça: www.provedor-jus.pt/idoso.htm

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Acessibilidade Pedonal a Pensar nos Idosos

Por Fernando Nunes Silva - Eng da CM Lisboa
Extraído do MOVLisboa ano 1 - nº 3

"Sabia que em Portugal, 44% das vítimas mortais por atropelamentos têm mais de 65 anos? É muito. Mas é a triste realidade que temos. A situação é tão séria que a Autoridade Nacional de  Segurança Rodoviária concebeu uma  campanha específica para esta faixa etária. Os conselhos divulgados têm a ver com os perigos que espreitam em cada esquina para qualquer peão, mas sobretudo para os mais idosos. As cidades, em geral, têm muito a mudar. E Lisboa também.No âmbito do Plano de Acessibilidade Pedonal, a CML está a ouvir as opiniões dos idosos. Nesse sentido, há medidas concretas e de baixo custo a tomar". 

domingo, 22 de janeiro de 2012

Processos e Estratágeias do Envelhecimento


Tenho o prazer de apresentar a proposta do lançamento do livro "Processos e Estratégias do Envelhecimento". Parabéns à iniciativa e um bem haja a todos. 









Sessão de lançamento Livro: 
PROCESSOS E ESTRATÉGIAS DO ENVELHECIMENTO
Dia 31 de Janeiro. 19h00
Local: Fundação Engenheiro António de Almeida (Localização: Avenida da Boavista - Porto, frente ao SHERATON HOTEL) disponibiliza parque de estacionamento gratuito.


Apresentação Livro por Professor Doutor Salvato Trigo (Reitor UFP - Universidade Fernando Pessoa)


AUTORES: António Pacheco PALHA - António PROENÇA - Alda MARQUES - Arthur M. Silva NETO - Assunção NOGUEIRA - António VINHAL - Carolina Almeida GARRETT - Cláudia MOURA - Carla RIBEIRINHO - Daniel SERRÃO - Daniela FIGUEIREDO - Eugénio Viassa MONTEIRO - Isabel DIAS - J. Pinto da COSTA - João BARRETO - João CARVALHO - José LOBO PEREIRA - João AMADO - J. Laranja PONTES - José Carlos ANDRADE - Luís JACOB - Luís CAPUCHA -Margarida Sotto MAYOR - Pedro CARVALHO - Rui FONTES - Raquel SILVA -Stella ANTÓNIO - Vítor FRAGOSO - Zaida AZEREDO.

A Experiência de quase morte sob a luz da ciência

As experiências de quase morte são simplesmente "manifestações de funções normais do cérebro que deram errado", dizem os pesquisadores.Psicólogos da Universidade de Edimburgo e do Medical Research Council em Cambridge estudou a investigação. Eles dizem que fenómenos como fora do corpo de experiências ou encontros com parentes mortos são truques da mente, em vez de um vislumbre da vida após a morte. Um dos pesquisadores, o Dr. Caroline Watt, disse: "Nossos cérebros são muito bons em enganar-nos." Os pesquisadores dizem que é muito comum a experiências de quase-morte e pode ser causada pela tentativa do cérebro em fazer sentido de sensações e percepções incomuns que ocorrem durante um evento traumático. Dr. Watt, da Universidade de Edimburgo, disse: "Alguns dos estudos que foram examinados mostram que muitas das pessoas que vivem uma experiência de quase-morte não estavam realmente em perigo de morrer, embora a maioria pensou que estavam. "A evidência científica sugere que todos os aspectos da experiência de quase-morte têm uma base biológica."
Êxtase e euforia
Uma das características mais frequentemente relatadas de experiências de quase morte é uma consciência de estar morto - mas os pesquisadores dizem que esses sentimentos não são limitados a experiências de quase morte. Existe uma condição chamada "Cotard" - ou "sindroma do cadáver ambulante", onde uma pessoa credita que está morta. Foi visto trauma seguinte e durante os estágios avançados de esclerose múltipla e febre tifóide.
A experiência fora do corpo, onde as pessoas sentem que estão flutuando acima deles próprios, também são comummente relatadas. Mas os pesquisadores suíços descobriram tais experiências poderia ser induzido artificialmente, estimulando a junção temporoparietal direito do cérebro que desempenha um papel na percepção e consciência.
O "túnel de luz" sensação relatada por aqueles que acreditam que eles estão tendo uma experiência de quase-morte também pode ser induzida artificialmente. Pilotos voando em G-force às vezes pode experimentar "síncope hipertensos", que faz com que túnel como esse surge na mente da pessoa devido à perda periférica ou mesmo visual central por até oito segundos. E um estudo dos EUA sugeriu que a luz no fim do túnel pode ser explicada pela fraca irrigação de no cérebro e suprimento de oxigénio nos canais oculares. Os sentimentos de felicidade e euforia, entretanto, podem ser recriados com drogas como a quetamina e a anfetamina.
O documento também sugere a acção de noradrenalina, um harmónio liberado pelo cérebro médio, pode evocar emoções positivas, alucinações e outras características da experiência de quase-morte. Escrevendo na revista Trends in Cognitive Science, os pesquisadores afirmam: "No seu conjunto, a experiência científica sugere que todos os aspectos da experiência de quase-morte têm uma base neuro-fisiológica ou psicológica."Dr. Sam Parnia, director de pesquisa de reanimação da Universidade Estadual de Nova York e autor de What Happens When We Die disse: "Toda experiência, seja de quase-morte ou de outra forma, como felicidade, depressão e amor é mediada pelo cérebro."Na verdade muitas experiências partem das mesmas regiões cerebrais, e por isso não é incomum poder reproduzi-los.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

O futuro será "grisalho". O futuro será idoso e dos idosos

Por Joaquim Parra Marujo ( Doutor em Antropologia Social e Cultural, Mestre em Clínica de Saúde Mental e Diretor da Licenciatura em Gerontologia Social, na Escola Superior de Educação João de Deus).
No futuro teremos uma nova geração de pessoas idosas. Dessa geração de "maiores", os idosos que realizem um envelhecimento activo terão outra qualidade de vida e uma melhor saúde física, emocional, mental, cognitiva e espiritual.

Vejamos alguns dados estatísticos para compreendermos "quem é quem" dentro de 20 anos. As previsões das Nações Unidas referem que até ao ano de 2050, os países da Europa do Sul, terão as mais altas proporções de pessoas com ou mais de 65 anos de idade. Em Portugal e segundo as projecções do INE "o número de idosos com mais de 65 anos será de 2,95 milhões em 2050, (...) e em 2046 a proporção de população jovem reduzir-se-á a 13% e a população idosa aumentará dos actuais 17,2% para 31%".

No mundo, o número de idosos aumentará rapidamente e passará de 606 milhões (no ano 2000) para perto de 2 mil milhões em 50 anos. O aumento será mais marcante nos países pobres, onde a população idosa se quadruplicará, passando de 374 milhões para 1,6 mil milhões.

Este novo quadro demográfico tanto pode ser um perigo como uma nova oportunidade visto que, ser-se velho, comporta em si mesmo um estatuto de experiências, olhares-saberes e olhares-saber-fazer a serem aproveitados. Simultaneamente, é o estigma de um ser já desvinculado social, cultural e economicamente que transporta o rótulo e a etiquetagem do mito da inflexibilidade face à mudança, o mito da improdutividade laboral e o mito da (falta de) auto-estima.

Com os dados demográficos apresentados e com as iatrogenias do envelhecimento urge a necessidade de estreitar a relação entre a população idosa e a juventude (a intergeracionalidade). Cabe às universidades prepararem licenciados em Gerontologia, os Gerontólogos, preparados cientificamente para planearem e intervirem na prevenção da estabilidade da arquitectura: intelectual, informacional, lúdica, perceptiva, sensorial e cinestésica da pessoa idosa.

As doenças, consideradas, do envelhecimento, provocam na pessoa idosa sentimentos de vazio social, dependências - familiar, económica, social, cultural e política - e de exclusão social.
Toda esta problemática causa inúmeros sofrimentos ao idoso, contribuindo significativamente para a estigmatização, o isolamento e a exclusão social, levando-o à tristeza e depressão. Deprimido, aliena-se de tudo o que o rodeia, terminando na sua morte por isolamento familiar, espacial e sociocultural.

Para que "o mais velho" usufrua de uma melhor qualidade de vida - saúde física, psicológica e espiritual - urge estimulá-lo através de actividades psicomotoras (educação física), de estimulação cognitiva (leitura, música, pintura, etc.), técnicas de relaxamento e de meditação (o envelhecimento activo). Todas estas actividades optimizarão a auto-estima, a autoconfiança e a auto-imagem.

O "cuidador de pessoas idosas", o gerontólogo, deverá estar munido de conhecimentos de artes expressivas, científicos, metodológicos, ergonómicos, tecnológicos, funcionais e éticos para proporcionar uma intervenção de qualidade a nível da dimensão cultural e social, da participação comunitária, do associativismo e dos aspectos pessoais e educativos.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Exercícios físicos e o bem-estar psicológico do idoso

A constante prática do exercício físico devidamente acompanhado desencadeia reacções positivas na vida do idoso que influencia o seu bem-estar psicológico. Conforme menciona Ezuerra, Idoate e Barrero (2003, p:35) isso “deve-se à libertação de algumas substâncias chamadas endorfinas, cujo efeito sobre o cérebro é idêntico aos opiáceos (morfina e heroína). Por isso, actuam como analgésicos naturais e melhoram a ansiedade e relaxam a mente (…) e melhoram os sintomas da depressão". Assim a prática do exercício físico desenvolve na pessoa uma acentuada alteração no estado de espírito, provocando um bem-estar e melhor capacidade de socialização. Mesmo que os resultados físicos não sejam visíveis vale a pena apostar nos exercícios físicos como forma de terapia. 

A iniciativa União Européia em dedicar o ano de 2012 como sendo o ano do envelhecimento activo deve ser aproveitado como um Renascimento dos exercícios e actividades físicas acessível a todos. Não basta este projecto ficar no papel há uma emergência de passar à prática.   

domingo, 15 de janeiro de 2012

Finitude

Esta música do Toquinho e Vinícios de Morais, mostra a beleza da simplicidade da vida e ao mesmo tempo a finitude do homem. Mesmo face às perdas é importante continuar a seguir em frente. Ainda que as cores, com as quais pintamos o mundo à nossa volta desbote, é fundamental proseguir colorindo. 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Gráfico do desenvolvimento da população idosa em Portugal

Gráfico do desenvolvimento da população idosa em Portugal face ao decréscimo da população jovem.

Gráfico 1 - Evolução da percentagem de população jovem e idosa em Portugal

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O Desenvolvimento da Empatia como Factor de Inclusão

Uma das forma mais eficazes para promover a inclusão e a reinserção social é através do desenvolvimento da empatia. Para Rogers (1979) a empatia "significa penetrar no mundo perceptual do outro e sentir-se totalmente à vontade dentro dele. Requer sensibilidade constante para com as mudanças que se verificam nesta pessoa em relação aos significados que ela percebe, ao medo, à raiva, à ternura, à confusão ou ao que quer que ele/ela esteja vivenciando. Como pode ser isso possível? 

Boothman (2008) fala dos quatro elementos essenciais para fortalecer a sintonia do suporte social na pessoa: “abrir – olhos – irradiar – aperto de mão ”. Para este autor “a primeira parte do acolhimento deve ser abrir a nossa atitude e o nosso corpo”. Esta abertura está relacionada com a nossa aceitação incondicional do outro, independentemente da sua cultura, estatuto social, crenças, raça, estilo de vida e outros. Implica também a atitude positiva e “uma linguagem corporal” adequada. É necessário evitar cruzar os braços sobre o coração.
O mesmo autor afirma ainda que “a parte do acolhimento envolve os olhos”. Devemos tomar a iniciativa de fazer o contacto visual. O contacto olho no olho mostra que a pessoa com a qual estamos a falar é o elemento mais importante naquele momento.

Se desejarmos que as pessoas sejam felizes, temos que ser os primeiros a “irradiar alegria”. Isto faz-se através do sorriso. Se olhamos nos olhos nos olhos e desenhamos um sorriso no rosto ao cumprimentar alguém, por mais desconfiada que a pessoa possa estar, o sorriso também despontará no outro rosto. Boothman (2008) também menciona a importância do cumprimento animador através de palavras radiantes como “viva!”. Para o autor é muito importante ser o primeiro a identificar-se numa conversa.

Quando este passos de uma boa comunicação e interacção são observados de uma forma natural e progressiva as barreiras são quebradas e conquista-se a confiança, cooperação e sobretudo o respeito pela dignidade humano. Nestas condições abre-se o caminho para uma intervenção gerontológica eficaz.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Saber ouvir o idoso

Quanto mais idosa é a pessoa, mais tende a isolar-se. Esta é uma realidade observada por diversos autores. Qual o motivo que leva o idoso a isolar-se? Certamente são inúmeros. Hoje gostaria de salientar apenas um desses motivos que passa despercebido pela grande maioria. Não sabemos ouvir os nossos idosos. Penso que todos já se depararam com uma daqueles flagrantes discursos, principalmente entre os cuidadores e familiares: "está sempre a repetir a mesma coisa." 


Talvez seja preciso entender o motivo que leva o idoso a repete a mesmo história vezes sem fim e certamente fica magoado quando dizemos que ele está a ser repetitivo. Quando as crianças estão em fase de aprendizagem gostam de ouvir a mesma história ou mesma música continuamente, e isto é sempre novidade para ela. Talvez o mesmo ocorre com o idoso em alguma parte do seu desenvolvimento.  

Necessitamos saber ouvir. Isto exige de cada um de nós muita empatia, e empatia como sublinhou Bonino (2007, p115) "trata-se de uma experiência de participação emotiva, consonante e adequada, frequente em todas a relações humanas significativas, principalmente na amizade e no amor". (itálico em destaque meu) Numa forma mais frontal Zimerman (2007) salienta que "não basta ver o velho, é preciso senti-lo e tentar entender a forma como ele sente (...) o velho precisa ser compreendido (...)”.

Talvez devemos  pensar mais antes de dizer que o idoso, que está a compartilhar vezes sem fim os tesouros que construiu ao longo da vida, esteja a ser repetitivo. Ele ou ela está a passar para os ouvintes o seu legado que muitas vezes é desprezado. Esse desprezo constante leva a pessoa idosa a isolar-se e sentir-se inadequada.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Tabela de intervenção Gerontologógica

A Gerontologia Social necessita de ferramentas fundamentais para a avaliação constante e acompanhamento exaustivo do idoso. Assim é inevitável a criação e adaptação constante de tabelas de observação apropriadas para as mais diversas realidades a fim de que a gnose seja coerente e a intervenção gerontológica seja eficaz. 

Carvalho, Peixoto e Capella (2007) apresentam os seguintes indicadores utilizados nas investigações realizadas: “O Índice de Tinetti é compreendido por duas escalas: de equilíbrio e de marcha. A primeira possui 09 itens: equilíbrio sentado, levantando, tentativas de levantar, assim que levanta, equilíbrio em pé, teste dos três tempos, olhos fechados, girando 360º e sentando. Já a segunda possui 07: início da marcha, comprimento e altura dos passos, simetria dos passos, continuidade dos passos, direcção, tronco e distância dos tornozelos. A pontuação total do índice é de 28 pontos. Pontuação menor que 19 indica risco cinco vezes maior de quedas. Portanto, quanto menor a pontuação, maior o problema (KAUFFMAN et al, 2001; FREITAS et al., 2002). O Quadro 2 a e 2 b apresentam esta escala”. 

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

A actividades físicas para idosos e os desafios cardiovasculares

A actividade física pode ser benéfica não somente para combater as doenças relacionadas ao coração mas também auxilia em outros sectores. Os indivíduos que têm uma actividade física regular e constante e um regime alimentar saudável conseguem manter os níveis normais do colesterol.

Pesquisas realizadas na Universidade de São Paulo mostram que num grupo de 40 pessoas idosas sedentárias sendo que 20 passaram a ter uma actividade física semanal de 4 vezes e os outro 20 continuaram sedentários. Durante cinco meses as modificações nas análises foram consideráveis. “As modificações no HDL-colesterol total foram de 9,3%; HDL2-colesterol, 21,6%, e, 39,9% para a relação HDL2-colesterol/HDL3-colesterol”. Prado e Dantas (2002 pag. 245). Este estudo prova a eficácia da actividade física para reduzir os níveis do colesterol, evitando assim doenças cardiovasculares.

Para Barata e altri (1997 pag. 240) “nos doentes coronários assume uma importância fundamental o condicionamento cárdio-respiratório que é obtido predominantemente através de esforços dinâmicos ou isotónicos.” Assim pode-se entender a importância da actividade física para a saúde do coração. Gupta (2009 pag. 77) informa que “levantar pesos, caminhar, andar de bicicleta e correr podem ajudar o coração e os pulmões.” 

domingo, 1 de janeiro de 2012

O idoso e a solução para a Crise Existencial


O ano que há pouco iniciou traz grandes desafios para todos. Por todo o mundo, com excepção a alguns países que estão a emergir e tornar-se grande potências como a Angola e Brasil, a palavra de ordem e crise. Fala-se da crise económica que está a desencadear uma crise social que culminará na crise de valares.Não obstante a pior de todas as crises, sob o olhar gerontológico, é a crise existencial onde a pessoa, em particular o idoso, vive excluído do contexto social, privado de afectos. Em certos casos a exclusão sofrida pelos idosos é o resultado de uma vida conduzida de uma forma egoísta. Noutros casos são consequências de uma sociedade mesquinha e desumana.

Lembro-me das aulas do Mestre João da Fonseca quando dizia no ano passado os quatro significados da palavra “sentido”:
  • Ofendido, magoado;
  • Posição estática de um pelotão da tropa;
  • Direcção;
  • Entendimento (fazer sentido)
Pensando nisso pergunto a mim mesmo; que tipo de sentido estou a dar à minha vida para que meu o envelhecimento, que já começou na minha vida desde a minha fecundação, venha conduz-me a uma velhice agradável onde serei amado, e lembrado quer por outros da minha idade quer pela geração mais nova?
Para que eu vença a crise existencial, preciso saber falar olho no olho, abraçar com o coração, se caloroso, conhecer as pessoas pelo nome, saber sorrir e viver as delícias do contacto social. Se nos fechamos no nosso próprio mundo sombrio, iremos repelir todas as pessoas à nossa volta que estão cheias de vontade de dar e receber amor.