Na sequência sobre a nossa condição na morte venho partilhar o meu pensamento expresso no texto de Adolfo Suárez:
"Por trás da crença na reencarnação está a ideia da imortalidade: porque o ser humano não morre, reencarna em outra vida. Podem os cristãos, que acreditam na Bíblia, dar crédito ao ensinamento da imortalidade humana? Deixemos a própria Escritura responder a essa pergunta: o ser humano é como a flor, que nasce e logo murcha; é uma sombra passageira (Jó 14:2); ele não sabe o que lhe acontecerá amanhã, pois é como a neblina que aparece e logo se dissipa (Tg 4:14); é como uma brisa passageira (Sl 78:39).
Na obra The Seventh-day Adventist Encyclopedia, editada por Don Neufeld, é-nos dito que “as Escrituras em parte alguma descrevem a imortalidade como uma qualidade ou estado que o homem ou mulher – ou sua ‘alma’ ou ‘espírito’ – possui inerentemente. Os termos normalmente traduzidos como ‘alma’ e ‘espírito’ […] ocorrem mais de 1.600 vezes na Bíblia, mas nunca em associação com as palavras ‘imortal’ ou ‘imortalidade’”.
Por outro lado, Deus é apresentado como eterno e imortal: “Ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos” (1Tm 1:17). “O único que possui imortalidade, que habita em luz inacessível, a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver. A Ele honra e poder eterno” (1Tm 6:16).
Assim, na perspectiva bíblica, os seres humanos são limitados, mortais e transitórios, enquanto Deus é infinito, imortal e eterno. Atribuir imortalidade ao ser humano equivale a dizer que ele é divino, e isso contraria os ensinamentos da Escritura.
O apóstolo Paulo afirma que tudo foi criado por Deus e para Deus (Cl 1:16). É dele que toda criatura recebe o fôlego da vida; é por causa dele que “nos movemos, e existimos” (At 17:25, 28). De modo que o ser humano foi criado para viver eternamente, pois recebeu o sopro de vida de um Deus que é eterno. Não faria sentido pensar que Deus nos cria para então morrermos.
Nesse sentido, deve ficar claro que, “quando Deus criou Adão e Eva, concedeu-lhes liberdade de decisão – a capacidade de escolher”. O homem “poderia obedecer ou deixar de fazê-lo, e a continuação de sua existência dependeria de contínua obediência através do poder de Deus. Assim, a sua posse do dom da imortalidade era condicional” (Nisto Cremos, p. 429, 430)".
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