O nosso corpo passa por um processo maravilhoso de desenvolvimento. Este processo misterioso e dinâmico começa no útero materno e a sua evolução progride com o decorrer dos anos. Passa pela infância, juventude, idade adulta até chegar à velhice onde “a evolução caminha, portanto para a involução” Fonseca (2005 pag. 09). As fases de evolução e involução, são essenciais e naturais no nosso desenvolvimento como seres humanos e como indivíduos. As etapas evolução-involução são conhecidas como: tonicidade, equilibração, lateralização, noção do corpo, estrutura espácio-temporal, práxia global e práxia fina.” Fonseca (1998 pag. 08).
O desenvolvimento psicosomático do ser humano (ontogénese) atinge o seu clímax na idade adulta onde ocorre o aprimoramento das funções. Na fase idosa inicia-se um processo de regressão, conhecido por retrogénese. Inicia-se então a jornada no sentido inverso, onde existe um declínio das funções. O facto mais intrigante neste sistema é a forma como é feita a regressão. Ela não começa pela tonicidade mas sim pelo práxia fina que foi um dos últimos factores a ser aperfeiçoados. Desta forma o declínio funcional destas fases começa pela práxia fina, práxia global, estruturação espácio-temporal, noção do corpo, lateralização, equilíbrio e por fim a tonicidade. Fonseca (1998 pag.8). Assim, todo o processo de desenvolvimento tende naturalmente a degradar-se.
Todo o sistema evolutivo das funções psicomotoras desenvolvem-se a partir do cérebro. O cérebro é o “motor de toda a actividade”. Río (2004 pag. 15) Este mesmo autor cita Pavlov e Luria que organizam os neurónio cerebrais em 3 grupos: “grupo energizador, grupo de recepção, elaboração, armazenamento de toda a informação procedente do meio exterior e o grupo motor.”
“No córtex cerebral está a origem da vida em relação consciente e deliberadamente produzida. Nele se realizam funções concernentes a recepção, análise e integração (ou interpretação) das informações; funções decisivas que implicam a motricidade… ”. Rigal, Paoletti e Portmann (1979 pag. 22).
O envelhecimento pode ser classificado como “um processo multidimensional que comporta mecanismos de reparação e destruição que são desencadeados ou interrompidos em momentos e ritmos diferenciados consoante as características de cada pessoa”. Berges e Mailloux-Poirier, citado por Sá (2009).
Este afirmação vem ao encontro de diversos estudos que mostram que não existe uma idade determinada para o inicio da retrogénese. Depende do estilo de vida, do factor genético e da saúde do indivíduo. Mais uma vez fica provado que o nosso estilo de vida irá determinar a nossa saúde quer a curto ou a longo prazo.