São indivíduos que podem ser classificados no grupo dos que mostram-se na maioria das vezes passivos. Os idosos psicologicamente dependentes não podem ser classificados com os idosos com dependência física. Estes adoptaram uma posição passiva, iniciando o processo da delegação de poderes com pequenos actos dia após dia. Até chegarem ao ponto de não serem capazes de tomar decisões por si próprios. São cautelosos com contactos novos, mostrando-se desconfiados. São extremamente optimistas e pouco realistas. A aposentação livra-os da responsabilidade e não sentem nenhuma disposição para qualquer tipo de actividade.
Em muitas situações em que haja uma situação latente de dependência psicologia do idoso no que se refere a tomada de decisões há um certo risco do abuso de poder por parte do cuidador formal ou informal. Já no Seminário Internacional sobre o envelhecimento humano sediado em Lisboa (“Env” 1997) foi definido que “nesta perspectiva, a relação entre as pessoas idosas e estes profissionais é uma relação de poder, na qual um dos lados – a pessoa idosa – tem menos oportunidade de concretizar os seus próprios interesses do que a outra – o profissional. (...) E aquele que se sente dependente vai adaptar-se, vai entregar a outros o controle da sua vida, tornando-se assim cada vez mais dependente.”
O que se observa é a necessidade iminente da conscientização quer por parte do cuidador quer por parte do idoso no desenvolvimento e na aposta de um envelhecimento bem sucedido através a aceitação das responsabilidades que fazem parte do desenvolvimento. A este fenómeno chamamos empowerment ou à moda portuguesa “delegação de poderes”. Embora o idoso sinta-se cómodo em transferir as suas responsabilidades para o cuidador (formal ou informal) o cuidador pode sentir por outro lado, o vício pelo poder. Isso pode tornar-se um círculo vicioso e aliciante para ambos.
O empowerment está relacionado com na capacidade de autodeterminação, com o conceito de liberdade para envergar o papel de responsabilidade de nós próprios, usar dos próprios meios para expressar ideias, saber tomar decisões e influenciar o meio que nos rodeia. O fundamental é a necessidade de uma adaptação.