Por Luciano da Silva e Sabrina Mestre
Para Andrade (2002, pag. 43) os recursos essenciais relacionados com a saúde são “prevenir, amenizar e curar doenças” enquanto Paúl e Fonseca evidencia o trabalho de Radly que analisa a doença numa perspectiva mais elucidativa onde a palavra “doença” ganha uma conotação no contexto da língua inglesa. O mesmo tipo de avaliação foi determinado por Good, Kleinman e Zempléni (apud Ramos 2004: 103) como segue:
- Disease: “Patologia definida pela medicina”; Está classificada como a dimensão biomédica, ou a realidade biológica de uma alteração objectivamente verificável no organismo.
- Ilness: “Experiência do paciente ou de quem sofre”; traduz a experiência individual do doente como consequência ao seu estado actual.
- Sickness: “Estado social da pessoal atingida”. Tem uma sobrecarga psicossocial pois representa a condição de doente que o indivíduo adquire no grupo social.
Os autores salientam que “saúde e doença não são opostos dinâmicos”. Com isso é apresentado que só valorizamos a nossa saúde a partir do momento em que estamos doentes. A forma de estar do indivíduo vai ditar que relevância que é dada sobre a saúde e a doença. Não obstante é apresentado que embora “não nos culpamos pelas nossas doenças” temos a responsabilidade de continuar saudáveis.
O que pode permanecer como base de interpretação não é somente o modelo (disease, sickness ou illness) ou o evento (a presença da doença), ou, ainda, a interacção (os significados imediatos ao estoque de conhecimento ou aqueles negociados a partir da emergência da doença). Nem mesmo é um somatório de tudo isso. A lógica da análise social sobre a complexidade da experiência da enfermidade está em outro percurso metodológico: são as estratégias ou bricolages que se formam entre pré-textos, textos, eventos e significados expressos nos mais diversos suportes discursivos (linguísticos e corporais), comunicados e negociados socialmente.
No âmbito das práticas relacionadas com a promoção da homeostase e a análise na verificação da doença é apresentada uma forte tendência da promoção da saúde entre as classes sociais mais favorecidas financeira e culturalmente. No que se refere às crenças sobre o que é saudável e o que é prejudicial, os autores informa que não existe uma fundamentação coerente e segura.
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