terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O conceito de Paulo Freire aplicado à diversidade da Gerontologia Social

O conceito fundamental do método Paulo Freire passa por três elementos essenciais:
  •          Investigar;
  •          Tematizar;
  •          Problematizar.

O processo de investigação consiste no educador conhecer a realidade de vida diária do educando, suas qualificações profissionais, cultura, medos e sonhos. Freire (1977) evidenciou a necessidade do diálogo através da “roda de cultura”e salientou a sua necessidade na estruturação do conteúdo programático da educação. O mesmo autor assegura que “a educação autêntica não se faz de «A» para «B» ou de «A» sobre «B» mas de «A» com «B», mediatizados pelo mundo.” Freire (1975). Assim Freire postula que no processo da educação o educador também aprende com o educando.

A partir da investigação o educador estará apto a utilizar as palavras que fazem parte do dia-a-dia do educando. O processo de tematização consiste em levar o educando a conhecer as palavras que são vivenciadas na sua comunidade local, no seu trabalho e afazeres.

Na problematização, é o momento de crescimento tanto do educando como do educador. Freire (1985) postula que “a tarefa do educador, então, é a de problematizar aos educandos o conteúdo que os mediatiza, e não a de dissertar sobre ele, de dá-lo, de estendê-lo, de entregá-lo, como se tratasse de algo já feito, elaborado, acabado, terminado”. Como o educando não tem as respostas feitas, é levado a questionar sempre. 

O modelo de alfabetização desenvolido por Freire está intrincesamente ligado ao empowerment. Por esse motivo pode ser aplicado ao desenvolvimento dos idosos nas mais variadas áreas. Esse método pode ser utilizado e adaptado na instrução dos idosos desde o campo da info-inclusão até às actividades lúdicas, passando pelo campo das emoções, dos conflitos consigo próprio e com outros até às questões ralacionadas com a finitude quando se questiona  e nega a doença, onde aprende-se a aceitar a enfermidade e a questinar "porque não eu?" em vez de "por quê eu?". Nesse aspecto o Gerontólogo Social tem ferramentas para abrir novos horizontes que poderão dar ao idoso mecanismos para que ele encontre a sua forma de encontrar-se.

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