quinta-feira, 17 de maio de 2012

A experiência de estar doente


A gerontologia desenvolve competências sociais para entender os efeitos da doença no indivíduo, com o objectivo de apresentar aos consulentes um novo estilo de vida, a fim de promover o bem-estar psicossomático. Para Bertoni (1994, pag. 2) “ a doença pode também amadurecer em nós, forças desconhecidas. Ela pode levar-nos a uma compreensão mais profunda da brevidade e transitoriedade de muitas coisas, que normalmente parecem importantes demais e exigem toda a nossa atenção. A doença pode ajudar a estabelecer um relacionamento novo e melhor com aqueles que estão ao nosso redor”. Um outro ponto de vista relativamente ao papel da doença poderá eventualmente fazer-nos pensar na nossa finitude ou até mesmo no nosso papel como coadjuvantes na grande saga do cosmos. Assim, eu particularmente entendo que a doença pode ser encarada sob um prisma positivo que nos transcende, de carácter biopsicossocial, como passo a expor:

 A doença é um caminho utilizado pelo corpo para chamar a atenção de que algo vai mal. É necessário fazer mudanças. Isto não pode ser encarado meramente como uma forma exotérica de abordar a doença mas como diz o provérbio popular, "nós colhemos aquilo que semeamos".

O facto de estar doente poderá permitir que a investigação sobre a patologia venha trazer a solução do problema, culminando na cura e/ou prevenção para outras pessoas, num futuro próximo ou a longo prazo.

A doença é apresentada como mecanismo que leva o indivíduo a desenvolver competências resilientes, crescendo assim com a nova experiência, ou mesmo aceitar a finitude humana e saber encarar a realidade da morte como algo inerente a todos os seres humanos para que o indivíduo tenha uma boa morte.  


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