Por Liliana Marcia Fernandes Teixeira
"Com o avançar da idade a maioria
das pessoas idosas reduzem a sua participação na comunidade, o que pode
originar sentimentos de solidão e desvalorização, com efeitos ao nível da
integração social e familiar, e ao nível da saúde física e psíquica.5 Neto
(1993 cit. por Melo e Neto, 2003) menciona que a satisfação com a vida está
negativamente ligada com a solidão. Estudos empíricos comprovaram que as pessoas
que estão mais satisfeitas com a vida encontram-se habitualmente melhor adaptadas
e libertas de patologias.
Um estudo desenvolvido por
Savikko e colaboradores (2005, cit. por Fernandes, 2007) em 2002, na Finlândia,
com uma amostra de 3915 indivíduos idosos, com idade igual ou superior a 75
anos, deu uma grande colaboração para a investigação da solidão. Estes autores
fizeram a análise da prevalência da solidão e das atribuições causais de que
essa solidão é alvo. Os dados obtidos evidenciaram que 39% da amostra reportava
sentimentos de solidão, sendo que 5% sofria de solidão frequentemente ou
sempre. A sensação subjectiva de solidão, era geralmente mais sentida entre os
idosos mais velhos que viviam em zonas rurais, do que entre os que viviam nos grandes centros
urbanos. Neste mesmo estudo, os autores também concluíram que existem agentes
considerados potencializadores de solidão, sendo eles o fraco estado físico a
nível funcional, a viuvez e baixos rendimentos. Por último, referiram que as
causas subjectivas mais comuns para sofrer de solidão são as próprias doenças,
a morte do companheiro e a falta dos amigos.
Estas conclusões vão ao encontro
da opinião defendida por Neto (1999): a reforma, a viuvez, e a
diminuição de saúde privam as pessoas de muitos papéis e relações essenciais em torno dos quais as suas
identidades tinham sido construídas. Estes parecem constituir-se como os principais
determinantes da solidão nos idosos".
Fonte: Solidão, Depressão e Qualidade de Vida em Idosos: Um Estudo Avaliativo
Exploratório e Implementação-Piloto de um Programa de Intervenção
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