Por Luciano da Silva e Margarrida Monteiro
No âmbito do reconhecimento do novo paradigma da
velhice, sendo uma realidade nos dias atuais e que continuará a ser cada vez
mais nos anos vindouros, Osório e Pinto (2007 p:216) apresentam o quadro comparativo
do idoso do passado com o idoso de hoje e do futuro, como segue:
O paradigma do envelhecimento
produtivo na prática gerontológica
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Perspetiva tradicional
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Perspetiva do envelhecimento
produtivo
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Nihilista
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Esperançoso
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Deterioração
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Crescimento e desenvolvimento
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Incapacidade
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Saúde e bem-estar
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Institucionalização e dependência
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Autonomia, independência e
interdependência
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Forte resistência à mudança
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Ajustamento à mudança
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Incapaz de aprender
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Estimulação intelectual
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Preparação para a morte
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Desfrutar o dia-a-dia
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Vulnerabilidade/passividade
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Empowerment
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Qualidade de vida (uma dimensão)
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Qualidade de vida (multidimensional)
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Desapego social
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Envolvimento social
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Isolamento comunitário
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Integração comunitária
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Negação e evitamento de desafios
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Enfrentar desafios
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Necessidades, défices, perda de oportunidades
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Força, habilidades, desejos, oportunidades
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O passado e o que este poderia ter
sido
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O futuro e o que ele ainda poderá
representar
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O microambiente
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O macro ambiente
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Comportamentos “apropriados à
idade”
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Comportamentos neutrais para a
idade
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Uso de um stock
terapêutico
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Melhoria terapêutica
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Estilo de vida sedentária
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Ativismo e atividade
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Receber
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Dar, prestar voluntariado, trocar
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A sociedade está em
mudança e, como aborda Aken (2009), a esperança de vida
mudou consideravelmente em todo o mundo. Isto inclui não somente os países
desenvolvidos como também os países mais pobres. Esse crescimento da esperança
de vida aumenta a taxa da população com idade superior a 65 anos, mostrando que
essa realidade está longe de ser invertida como sugere Aken (2009). Nesse
sentido, a Gerontologia Social deve fomentar meios para que os idosos estejam
capacitados a adaptarem-se ao novo conceito de um envelhecimento focado no
bem-estar consigo próprio, com o micro e macro ambiente social. Para tal
torna-se evidente a necessidade emergente de trabalhar na promoção da educação
dos mais velhos a fim de equipa-los com uma educação transversal e
transdisciplinar.
Para Paul (2002, p:29) “para envelhecer com
qualidade é preciso ser criativo, responder às pressões mobilizando a sabedoria
e o relativismo que a experiência ensinou, alterando as prioridades e os
percursos, numa luta interna com o corpo e externa com a sociedade”. Esse
conceito é uma nítida expressão sucinta daquilo que foi apresentado na tabela
de Osório e Pinto.
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