No livro “A resiliência ultrapassar os
traumatismos” Anaut designa a resiliência como “a arte de se adaptar às
situações adversas”. A observação de Cyrulnik exemplifica o fruto da resiliência
como a pérola do “maravilhoso infortúnio”. As pérolas são produto da dor,
resultado da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da
ostra, como um parasita ou um grão de areia. A parte interna da concha de uma
ostra é uma substância lustrosa chamada nácar que envolve o objecto intruso que
lhe provoca imensa dor. Como resultado, uma linda pérola é formada. Uma ostra
que não foi ferida, de algum modo, não produz pérolas, pois a pérola é uma
ferida cicatrizada. Marie Anaut fortalece este conceito quando escreve; “a
partir de uma ferida ou sofrimento o sujeito pode construir uma experiência potencialmente
proveitosa para si”. Ela ainda acrescenta a ideia que “o resiliente elabora um “oximoro”
cujo modelo seria o da pérola fabricada pela ostra como resposta a uma
agressão”.
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