Tem
sido cada vez mais evidente que o exercício físico tem a sua parcela essencial
na promoção da saúde física e mental. A saúde total, mais conhecida como
homeostase, é um conceito mais abrangente, que integra, também, a saúde
emocional que, por sua vez, interliga-se com relacionamentos sociais de
qualidade pois somos seres sociais. O homem, como ser social, tem a necessidade
inerente de viver em sociedade e desenvolver relações com as pessoas à sua
volta
Já
alguém disse que o “o homem não é uma ilha”. Assim o homem só se realiza como
pessoa quando vive e desenvolve relações com os seus semelhantes. Essa relação
tem vários níveis e assume múltiplas formas que podem ser caracterizadas como:
amizade, intimidade e sociabilidade. São as tais relações interpessoais e
causais que tanto ouvimos falar nos dias de hoje. Como seres humanos sociais
dependemos diariamente dessas intervenções sociais para prosseguir no nosso
desenvolvimento como pessoas.
Contudo,
o leitor já deve estar a questionar: “então qual é o elo de ligação entre
exercício físico e a interação social?” Embora sejamos seres sociais e o sejamos
até ao fim dos nossos dias, outro facto que também é uma grande verdade é que
depois de uma certa idade torna-se cada vez mais difícil desenvolver novas
amizades, o que não deixa de ser algo extremamente antagônico, pois se somos
seres sociais, com o avançar da idade deveríamos ter mais facilidade em criar
amizades mais sólidas. Mas não é o que se verifica. Esse fenómeno está
relacionado com uma série de fatores que não iremos abordar agora mas tratam-se
sobretudo das desilusões, do apego profundo ao passado e sobretudo das
limitações sociais em que nos fechamos na idade mais avançada.
É
nestes momentos que a gerontologia deve intervir para quebrar o ciclo,
reprogramar os hábitos e criar novas possibilidades de integração social. Isso
tudo é possível graças aos exercícios físicos! Como já mencionámos nos artigos
anteriores a prática de exercícios estimula o nosso organismo a produzir
hormonas que nos levam a quebrar todas as barreiras da “insociabilidade”, pois
faz-nos mais alegres, comunicativos. Estamos a falar da produção natural e
ordenada de serotonina e endorfina no nosso corpo, que nos traz sensação de
felicidade e estimula a interagir com outras pessoas de uma forma muito mais
positiva.