Ao
aludir sobre a empatia, Chalifour (1993, pag 154) menciona que a empatia é (…) “a
capacidade de imersão no mundo subjectivo do outro e de participar na sua
experiência na medida em que a comunicação verbal, ou a não verbal, o permitam
(…) é a capacidade de verdadeiramente se colocar no lugar do outro, de ver o
mundo como ele o vê”. Assim pode-se entender que a empatia é a chave que está
em nós e que nos habilita, através da nossa aceitação plena e absoluta do
outro, a entrar no seu mundo, com o único objectivo de entender os seus
sentimentos, a sua forma de ser, observar as suas tendências frente a
determinadas situações. Sentir as necessidades e anseios dos outros,
posicionar-se no seu lugar e analisar como reajo em situações idênticas sem
entretanto, como já foi mencionado, fazer qualquer juízo de valores.
Assim,
entende-se que para desenvolver empatia é obrigatoriamente necessário aprender
a lidar com as pessoas, saber ver naqueles que estão à nossa frente um ser
humano tal como eu sou. É preciso ter interesse pela pessoa. Estanqueiro (1999,
p:66) postula que “mostrar interesse significa, antes de mais, olhar de frente
para a pessoa, enquanto a escuta. Olhar de frente, «olhos nos olhos» (…) captar
a linguagem corporal e estabelecer uma relação mais profunda”. Se estamos em
sintonia com a pessoa numa fusão de empatia, a nossa postura física poderá até,
naturalmente, tornar-se tal qual a postura física com quem estamos em diálogo
ou a observar. Não contemplamos o outro como se se tratasse da nossa própria
imagem reflectida num espelho, mas mais do que isso, entramos no seu mundo para
entender e aceitar as suas reacções e identificarmo-nos com ele. A arte de
compreender passa pelo processo de, como tão bem frisou Estanqueiro (1999,
p:46) “perceber o universo alheio, como se visse com os olhos dos outros, como
se pensasse com a cabeça dos outros e sentisse com o coração dos outros”. É somente
a partir dessa tomada de atitude que estaremos a desenvolver a empatia em sua
plenitude e somente assim estaremos aptos a ver os outros seres humanos tal
como eu.