A comunicação é uma das colunas essenciais para qualquer tipo de relação íntima. Sem este factor, nenhum relacionamento pode sobreviver. Brehm define a comunicação como “uma condição indispensável para a existência da própria relação”. O acto de comunicar pode ser definido como receber e passar informações através de diversos métodos, como linguagem falada ou escrita, gestos ou sinais. Contudo Alferes limita-se a falar sobre a comunicação verbal que deve existir num relacionamento. Assim a importância do diálogo é focado para que haja um crescimento saudável nos relacionamentos. “É através da palavra que partilhamos os acontecimentos privados ou as significações do mundo objectivo e social”.
Derlega mostrar o factor negativo da “auto-revelação”. Isto ocorre quando um dos indivíduos utiliza estes conhecimentos como forma de “adquirir controlo e poder no seio dessa relação”. Uma outra questão que se coloca é a sinceridade ou veracidade da “auto-revelação. Fisher trata da “veracidade, sinceridade, intencionalidade, novidade e carácter privado” da comunicação transmitida. Desta forma não somente o indivíduo que recebe a transmissão pode usar o poder para manipular o relacionamento como também o indivíduo que transmite a comunicação.
É através da fala que expomos o conceito que temos do outro, criamos ou desfazemos conflitos e transmitimos o conceito que temos de nós mesmos. Estas palavras deixam transparecer a ideologia do apóstolo Tiago que escreveu: “Assim também a língua, pequeno órgão, se gaba de grandes coisas. Vede como uma fagulha põe em brasas tão grande selva!” Tiago 3:5. Desta forma Alferes mostra quão importante é o tipo de comunicação que temos em nossas relações, independentemente da “sua natureza institucional”. Salomão, por sua vez, deixou um grande contributo sobre a comunicação que também é digno de nota: “como maçãs de ouro e salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo”. Provérbios 25:11.
Altman e Taylor designam a “auto-revelação” como um factor gerado através da comunicação. É através da comunicação verbal que as pessoas falam das suas intimidades, dos seus estados emocionais, das suas histórias de vida e ambições para o futuro. Derlega informa que a “auto-revelação” está intrinsecamente ligado com a “reciprocidade” ou cumplicidade nos relacionamentos. O mesmo autor também postula que a “auto-revelação” tende a diminuir ao longo dos anos de relacionamentos. Daí a necessidade do gerontólogo realizar uma intervenção adequada com casais idosos para fortalecer os elos de ligação e promover o desenvolvimento da comunicação e da auto-revelação para estimular o crescimento da auto-estima, da cumplicidade e do companheirismo, uma vez que o amor é como uma planta que necessita ser cultivada constantemente.
Por Luciano da Silva e Sabrina Mestre