Uma das formas pela qual psicologia social classifica o homem é de “ser psicológico”. E a condição de “ser psicológico” vem do facto do homem ter a capacidade de desenvolver a espiritualidade. Para Sequeira, Santos et al (2009) “a espiritualidade é profundamente humana, que congregando todos os aspectos do ser humano lhe confere a capacidade para desenvolver valores transcendentais, valores que estão para além dos valores comuns e também dos valores materiais”.
Desta forma pode-se entender que a espiritualidade é a capacidade do indivíduo de desprender de valores materiais em todas as suas formas em busca de algo mais sublime. Não obstante, em muitas situações a espiritualidade é confundida com religiosidade. Narayanasamy (apud Sequeira, Santos et al, 2009) classifica a espiritualidade como “uma entidade que vai além da filiação religiosa”. Enquanto a religiosidade passar pelo cumprimento de dogmas, a espiritualidade leva o indivíduo à reflexão, a amar, a ceder nas situações mais adversas. Para Saint-Exupéry (1987) a espiritualidade pode ser entendida como “ver em cada coisa uma vida interior”.
O paradigma motor da espiritualidade é seguir o caminho do bom senso, do equilíbrio, da harmonia e da serenidade. É crescer com todas as experiências que ocorrem ao longo da vida e aprender com elas. A espiritualidade também está no acto de compartilhar quer as bênções materiais quer as espirituais. Para White (2009) “Deus é a fonte de vida, luz e alegria no universo. Como raios de luz do sol, como correntes de água brotando de uma fonte viva, bênções fluem d’Ele para todas as Suas criaturas. E sempre que a vida de Deus estiver no coração dos homens, ela fluirá para outros em amor e bênções.
White (2001) classifica a espiritualidade como “a religião pessoal” e postula que esta “religião pessoal é da mais alta importância” uma vez que é “necessária à saúde e felicidade” e consequentemente “aumenta a força física, mental e moral, porque a atmosfera do céu, como um agente vivo, actuante, enche a alma.
Assim a espiritualidade é o crescimento do indivíduo para um nível mais elevado e mais sublime onde o essencial não é o apego às coisas terrenas e passageiras e sim o acto de compartilhar, compreender, amar e buscar a harmonia com as pessoas e o meio ambiente.
O desenvolvimento da espiritualidade pode auxiliar o idoso na aceitação da sua condição e no encontro do seu caminho. Assim a frustração pela perda do vigor e a angústia pela não realização de sonhos e tarefas ou amargura pelos erros do passado poderão ser superados devido ao novo apego ao transcendente onde o idoso “esquece as coisas que para trás ficam e avança para as que estão diante de si, segue para o alvo” (Filipenses 2:13 e 14).
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