Por Estela Landeiro
O facto de se
viver mais tempo não implicou, que se passasse a morrer melhor. A luta
incansável pela busca da cura, levou de
algum modo a uma cultura de negação da morte, de triunfalismo heróico sobre a
mesma, de ilusão de pleno controlo sobre a doença. Hoje, em pleno século XXI, e
com todos os progressos da medicina, a morte continua a ser uma certeza para
cada ser humano.
Assim, em 1968
surge o primeiro movimento dos cuidados paliativos em Inglaterra com Cicely Saunders e um
pouco mais tarde nos EUA com Kluber-Ross. Em 2002, a OMS – Organização Mundial
de Saúde,5 definiu os cuidados
paliativos como uma abordagem que visa melhorar a qualidade de vida dos doentes
e suas famílias que enfrentam problemas decorrentes de uma doença incurável e/ou
grave e com prognóstico limitado, através da prevenção e alivio do sofrimento,
com recurso à identificação precoce e tratamento rigoroso dos problemas não só
físicos, como a dor, mas também dos psicossociais e espirituais. Já o Plano
Nacional de Cuidados Paliativos,19 ressalta alguns aspetos:
- Os cuidados paliativos afirmam a vida e aceitam a morte como um processo natural, pelo que não pretendemos provocá-la ou atrasá-la, através da eutanásia ou de uma obstinação terapêutica desadequada;
- Os cuidados paliativos têm como objetivo central o bem-estar e a qualidade de vida do doente;
- Os cuidados paliativos promovem uma abordagem global e holística do sofrimento dos doentes, trabalhando em equipas multidisciplinares; Os cuidados paliativos são oferecidos com base
- nas necessidades e não apenas no prognóstico ou no diagnóstico, pelo que podem ser introduzidos nas fases mais precoces da doença;
- Os cuidados paliativos, tendo a preocupação de abranger as necessidades das famílias e cuidadores, prolongam-se pelo período de luto;
- Os cuidados paliativos pretendem ser uma intervenção rigorosa no âmbito dos cuidados de
- saúde, não devendo existir à margem do mesmo.
Fonte: Revista Patient Care Julho de 2013
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