quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Maus tratos - Como previnir

Resultado de imagem para maus tratosPara o próprio idosoSe sofre de maus-tratos:• Responsabilize-se e mantenha o controlo da sua situação financeira e legal. Isto oferecer-lhe-á opções e menos dependência de uma pessoa em concreto. Se desejar, quando chegar o momento, poderá escolher, por exemplo, uma residência assistida como alternativa.• Perceba que não merece violência de nenhum tipo e que não é um estorvo. Nos seus últimos anos, precisa de um tratamento de afeto sincero e de profundo respeito.• Seja amável e cortês com aqueles que cuidam de si. Quer esteja num lar quer viva em família, não provoque nem dê sermões.• Se não se sente cómodo com o tratamento que recebe, confesse a sua preocupação a alguém de confiança, antes que as coisas se compliquem.• Se há, de facto, maus-tratos, fale e procure ajuda, para evitar o agravamento da situação. Uma chamada telefónica pode salvá-lo.
Para quem tenha conhecimento dos maus-tratosSe conhece uma situação de maus-tratos:• Proporcione apoio e compreensão a quem é alvo deles.• Averigue por meio da vítima a gravidade do assunto e, se for importante, siga os passos para denunciar o assunto ou informar os serviços sociais. A sua intervenção pode contribuir para salvar uma vida.• Não confronte o perpetrador, já que pode pôr em maior perigo a integridade do idoso.• Em muitos países é obrigatório alertar as autoridades quando se sabe de maus-tratos a menores ou idosos. Portanto, se houver evidência deles, deve informar com ou sem consentimento da vítima.• Falar com o médico do idoso pode ser outra via, pois os médicos são obrigados a envolver-se no assunto, providenciando apoio logístico para proteger a vítima de maus-tratos.Esta é uma problemática que, infelizmente, não tem um fim à vista. Mas depende de cada um de nós modificar a situação e melhorar as condições de vida daqueles que, durante anos, se empenharam em fazer o melhor por nós e que agora, na fase final da sua caminhada, necessitam da nossa ajuda, da nossa compreensão e do nosso amor.No próximo número, abordaremos outros aspetos deste tema tão dolorosamente atual.
Manuel Ferro
Redação S&L
* Texto traduzido e adaptado do livro Disfruta la Vida, de Julián Melgosa, publicado pela editora Safeliz, Espanha, pp. 232-235.
Fonte. Revista Saúde & lar Maio 2013

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Idosos Maltratados

Por Manuel Ferro
O stresse excessivo das pessoas que cuidam dos idosos costuma ativar os comportamentos violentos. Isso nunca os justifica, e muito menos com idosos indefesos.

Em todo o caso, a prevenção deste problema requer uma redução suficiente do stresse.
Este provém de factos como a deterioração da pessoa idosa, que cada vez exige mais cuidado e atenção; as situações familiares (relações com o cônjuge, filhos adolescentes e jovens); os problemas económicos, laborais ou de saúde. Uma combinação negativa de circunstâncias pode ocasionar impaciência, intolerância e frustração no cuidador e pode resultar numa agressão física. Infelizmente, quem paga as consequências é o idoso, que se torna mais vulnerável, à medida que diminui a sua autonomia, para se defender e para denunciar o caso.
O risco acentua-se nas mulheres e nos idosos que dependem por completo dos seus agressores. E nestes últimos, o risco de que agridam é maior se não possuem resiliência, ou se têm antecedentes de maus-tratos. Também existe esse risco em depressivos, em alcoólicos e naqueles que não veem utilidade ou alguma recompensa em cuidar do idoso.

Os sintomas

Muitos dos casos chegam a conhecer-se e a resolver-se devido à observação de uma pessoa exterior à família ou por ação de pessoal de saúde que trata a pessoa e que descobre:
• Feridas, nódoas negras, ampolas.
• Fraturas de ossos ou deslocações de articulações.
• Perda de cabelo ou de peça dentária.
• Óculos partidos.
• Doses excessivas ou carência de medicamentos.
• Marcas de corda que indicam atadura.
Quando o idoso requer atenção física por danos diversos causados em momentos diferentes, o cuidador-perpetrador recorre astutamente a um centro de saúde diferente de cada vez, para que não descubram e suspeitem dos múltiplos “acidentes”. Também costuma arranjar desculpas para que os amigos, vizinhos, etc., não visitem o idoso. Assim evita ser descoberto.
Frequentemente, não há a intenção de causar dano, mas o agressor chega ao limite da sua tolerância e acaba por causar prejuízos ao idoso. Embora isso não justifique o ato, completamente inaceitável, a sua consumação pode e deve servir como alerta para tomar consciência do perigo e aplicar todas as medidas preventivas possíveis.

Fonte: Revista Saúde & Lar ed maio/2013

domingo, 8 de dezembro de 2013

A Atividade Física como agente anti-stress

A atividade física reorganiza o cérebro e reduz a resposta ao stress, contribuindo para proteger as funções cerebrais normais dos efeitos nefastos da ansiedade. A conclusão é de um novo estudo desenvolvido pela Universidade de Princeton, nos EUA, que de debruçou principalmente sobre os benefícios da corridas. No âmbito do estudo, publicado na revista científica Journal of Neuroscience, os investigadores analisaram o comportamento de ratinhos submetidos a uma situação causadora de stress – o contacto com a água fria - tendo dividido os roedores em dois grupos e dando apenas aos animais de um dos grupos a hipótese de se exercitarem numa roda. Segundo os especialistas, o cérebro dos ratinhos que se exercitaram na roda durante seis semanas exibiu um pico na atividade dos neurónios que “desligaram” a excitação na região do hipocampo ventral, uma área do cérebro associada à regulação da ansiedade, no momento em que foram colocados numa situação de stress. 
Fonte: Revista Men's Health Outubro de 2013 pag 17 - edição 148

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Demência

A demência é caracterizada, segundo Andreasen (2004), como "doenças do envelhecimento" (...) por ser relativamente incomum nas pessoas com menos de 65 anos. Com a aumento da população idosa, tornar-se mais comum os casos de demência.  

Para além da devastação no âmbito da saúde mental do indivíduo, a demência causa transtornos emocionais e sociais na vida dos familiares. Para Andreasen (2004) "a marca típica de todas as demência é o défice da memória e da cognição que é acompanhado por um declínio geral da capacidade relacional ou funcional quer no trabalho quer na vida social".  

O DSMIV identifica os quatro elementos característicos existentes nas demências:  
  • Amnésia: perda da memória;
  • Agnosia: incapacidade de reconhecer objectos mesmo quando a percepção sensorial esteja intacta.  
  • Apaxia: diminuição da capacidade de desenvolver actividades motoras apesar de a função motora permanecer intacta.
  • Afasia: perturbação da linguagem.   
Entretanto, a existência dos sintomas acima indicados não significa que o idoso esteja a sofrer um tipo de demência. Os sintomas expostos podem ser causados derivados de confusão. Para Hill (2005) "na confusão haverá, por regra, perturbação da consciência (...) podendo durar horas e dias". A confusão no idoso pode ser derivada de uso ou abstinência de medicamento, intoxicação, infecções gerais, depressão, tristeza pela morte do cônjuge ou familiares, entre outros.  

A demência poderá eventualmente ter uma predisposição genética mas o seu aparecimento pode ser evitado ou retardado devido ao estilo de vida, alimentação saudável, desenvolvimento de actividades físicas e cognitivas e sobretudo o saber lidar com as emoções.