terça-feira, 29 de novembro de 2011

Os Idosos e a Água

Por Francisco Lemos in "Os Remédios de Deus"


O mecanismo que dispara a vontade de beber água pode não funcionar plenamente nos idosos. Eles começam a sofrer pela falta do precioso líquido. Uma das consequências é a queda de pressão. Isso faz com que o fluxo de sangue que passa pela cabeça também diminua, impedindo uma completa oxigenação do cérebro. A pessoa fica lenta e pode sofrer de confusão mental. 

Em seu livro A ciência do bom viver, pag. 236,  Ellen White postula que " a aplicação externa da água é um dos mais fáceis e satisfatórios meios de regular a circulação do sangue. Um banho frio ou fresco é excelente tónico. O banho quente abre os poros, auxiliando assim na eliminação das impurezas. Tanto os banhos quentes como os neutros, acalmam os nervos e equilibram a circulação". 

Circulação: para quem tem problemas de pés e mãos frios, aconselha-se um banho matinal, rápido e frio. À temperatura abaixo do nosso corpo, a água induz a uma reação de defesa do corpo, promovendo um aumento de circulação na pele, exatamente onde há pouca circulação.Esse banho é especialmente indicado para pessoas com tendência à pressão baixa. 

Calmante: A água morna, um pouco mais quente que o corpo ou mais ou menos à temperatura corporal, age como calmante e relaxante dos músculos endurecidos pelas tensões diárias. 


  

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Plano de Acessibilidade Pedonal em Lisboa

Fonte: newsletter MovLisboa nº 3 Abril de 2011 pag 8.
Editorial Fernando Nunes da Silva

Resultado de imagem para acessibilidade portugalO que dizem os idosos sobre a acessibilidade aos passeios, passadeiras e transportes públicos na Cidade de Lisboa? Eles estão a ser ouvidos pelo Pelouro da Mobilidade da CML. De facto, no âmbito do Plano de Acessibilidade Pedonal de Lisboa, teve lugar uma sessão de auscultação intitulada  “As  Ruas  Também  São Nossas”,  a  qual  reuniu  um conjunto  de  cerca  de  duzentos munícipes  com idades iguais ou superiores a cinquenta e cinco anos. Nesta sessão foram convidados a partilhar a sua experiência pessoal no uso de passeios, passadeiras e transportes públicos.

Os  resultados  dão-nos  uma  noção  clara  dos  acidentes sofridos, e do medo e incómodo frequentemente sentido pelos participantes: 55% dos presentes já caiu na calçada. Constata-se que, no seu estado actual, a  rede de percursos pedonais não proporciona as devidas condições de segurança e conforto a grande parte dos lisboetas mais idosos. Com o envelhecimento demográfico, este problema irá afectar um número cada vez maior de pessoas, e uma percentagem cada vez maior da população, ameaçando também  a  sustentabilidade  económica  e  social  na  Cidade.

Esta sessão de consulta foi mais um passo na elaboração do Plano de Acessibilidade Pedonal de Lisboa, através do qual a CML está a definir medidas para dar  resposta a muitas das questões-chave apontadas pelos participantes, nalguns casos em articulação com entidades externas  como  empresas  de  transportes  ou  associações  de pessoas com mobilidade condicionada. (...)


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

É possível vencer o stress

No âmbito do envelhecimento humano é importante saiber lidar com situações de stress e encontrar soluções para o evitar. O Dr. Soly Bensabt, especialista em stress, apresenta a sua receita em cinco etapas para previnir e combater o mal causador de tantas doenças que assolam o nossa planeta e ceifa a vida de milhares:  ("  ") 
  1. Tome a sua vida na mão: Nesta primeira etapa o Dr. Bensabat aconselha que pratiquemos actividades de jardinagem com os idosos. Tendo sempre em vista a capacidade de cada um. A experiência do Dr. Bensabat demonstrou que depois de um ano e meio de experiência com um determinado grupo de idosos  as pessoas que participaram semanalmente dessa actividade estavam "mais alegres e activas que as outras e muito mais espantoso, a taxa de mortalidade era duas vezes menor, visto que, à partida, a saúde dos dois grupos era idêntica". 
  2. Adopte um raciocínio interno: A segunda etapa está relacionada com o controlo da situação. É necessário entender que somos superiores aos problemas ou a quais quer situações de pressão. Para Bensabat " os psicólogos sociais chamam «controlo interno» à tendência que a pessoa tem para pensar que está na origem das situações que vive..."
  3. Evite a ira: As investigações de Bensabat afirmam que "a agressividade, a impaciência, verbalidade explosiva e um sentido crónico de urgência do tempo" são elementos fundamentais para o desenvolvimento de doenças cardio-vasculares.  Bensabat cita Barefoot para confirmar que "as pessoas que apresentam um elevado nível de hostilidade têm uma taxa de doença coronária cinco vezes mais elevada e uma taxa de mortalidade seis vezes maior do que as pessoas mais calmas. 
  4. Rodeie-se de amigos: Para Bensabat "cultivar relações calorosas tem, com resultado, alargar o círculo de amigos" como meio de "diminuir o impacto do stress no indivíduo. Isso acontece porque compartilhamos com os nossos amigos os nosso aborrecimentos e o que aparentemente era um grande obstáculo passa a tornar-se insignificante com o diálogo e encontra-se com mais facilidade as soluções para cada situação. 
Fonte: Revista Sinais dos Tempos ano XVII - Nº 58

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O stress como agente causador da doença

Falar sobre doença deve ser impreterivelmente questionar sobre os diversos factores de ordem social, cultural, ambiental e estilo de vida de uma pessoa. Todos estes elementos, em conjunto, podem ser exemplificados no conceito de Figueiredo (2007, pag. 155) onde é feita a “abordagem sociológica do stress” no âmbito da saúde em que engloba o comportamento do indivíduo ao longo da vida e a repercussão que o stress pode ter na saúde e na doença do mesmo. 

A investigação de Ted Joanen relativamente à experiência observada com pelicanos na reserva natural de Rockfeller, USA traz grande revelação quanto à doença desencadeada pelo stress. Nesta reservação verificou-se que os pelicanos castanhos do Golfo do México morriam em grandes quantidades. Após investigações exaustivas foi descoberto que os pelicanos tinham, ao longo da vida, ingerido pesticidas agrícolas encontrados nos peixes. O que não era entendido era o facto de que só recentemente os pelicanos começaram a morrer devido à intoxicação de algumas dezenas de meses. Foi reconhecido que o factor que levava os pelicanos à morte era derivado do stress. 

Quando as aves comiam os peixes contaminados, os pesticidas acumulavam-se nos tecidos adiposos e não lhes faziam mal. Este facto passou a ser parte do ciclo de rotina da vida dos pelicanos até que a quantidade de aves quadruplicou e com o aumento da população os alimentos passaram a ficar escassos. Assim, as aves tinham dificuldade em encontrar alimentos para as suas crias e isso desencadeou uma situação de stress. Como havia pouca alimentação, o corpo absorvia a energia acumulada na gordura, queimando o tecido adiposo em reserva. O veneno que era depositado na gordura dos pelicanos de forma inofensiva, agora chegava em doses maciças ao fígado e posteriormente ao cérebro, provocando desta forma a morte. Silva (2009, pag17) conclui afirmando que “o mesmo pode passar com o homem. Cada vez que adoecemos, o stress desempenha um papel importante. Ele pode ser, por sua vez, causa ou resultado da doença”.

Paúl, Fonseca e Good (1994) também entende que a doença não deve ser analisada num único aspecto. Mendonça at al (2002) defende que se deve “assegurar a pluralidade de pontos de vista” no contexto dos factores psicossociais relacionados com a doença. Somente assim poderemos cuidar do corpo como um todo e não ver o doente como um mero consumidor de fármacos. 

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Quando o acto da comparação entre idosos é prejudicial ou beneféfico

No livro " A Arte de Envelhecer" Claude Olievenstein postula que “há velhos e velhos, de vários níveis e de várias idades”. Este facto deve ser seriamente tomado em consideração por todos os que lidam com idosos, quer familiares, cuidadores ou outros profissionais. Assim como as crianças são indivíduos únicos e necessitam de uma aprendizagem diferenciada para um melhor desenvolvimento cognitivo, muito mais deve esta realidade ser vivenciada nos idosos uma vez que têm um longo percurso no que tange à bagagem de cultura e de desenvolvimento do carácter pela experiência que a vida lhes proporcionou. Desta forma entende-se que o idoso, como um indivíduo, é digno de um tratamento personalizado pois trata-se de um ser único e singular.

Não obstante, embora esta singularidade seja incontestável, pela nossa prática quotidiana podemos observar a existência de alguns hábitos comuns entre aqueles que já entraram na fase da retrogénese. Em todas as etapas da vida o indivíduo segue um padrão de referência. As crianças comparam o seu crescimento entre si, os pré-adolescentes comparam o desenvolvimento do seu corpo, os jovens comparam a quantidade de parceiros sexuais ou namoros e os mais adultos comparam a sua capacidade de procriar, a sua casa e o carro. Segundo esta linha de pensamento, o fenómeno da comparação é inerente ao ser humano. Se o mesmo não ocorresse entre os idosos poder-se-ia arriscar dizer que nesta etapa da vida o indivíduo começa a perder a sua humanização.

Os idosos de uma forma muito peculiar exercem a sua capacidade de observação e comparação com grande mestria. Às vezes este acto é feito de uma forma inocente, mas também pode ser acutilante, mesquinho e até mesmo ofensivo. Quantas vezes não se tem relatado discussões e insultos onde haja aglomerações de idosos e tudo isso tendo como causa inicial uma comparação que gerou inveja!

Este tipo de sentimento pode causar danos muito mais severos para um envelhecimento saudável do que se possa imaginar. Segundo Barrows (2010, pag. 35) se o sentimento da inveja não for definitivamente eliminado da personalidade do indivíduo, ela poderá reaparecer quem qualquer estágio da vida, inclusive na velhice, e “voltará a emergir em período de stress e terá de ser objecto de uma nova elaboração para que os sentimentos criativos e positivos possam vir a prevalecer”.

De acordo com Melgosa (2010, pag. 9) “os estados emocionais negativos, como ódio, preocupação, receio, raiva e ciúmes, provocam reacções fisiológicas imediatas.” Estas reacções desencadeiam mal-estar que por sua vez tornam-se em perturbações cardíacas, digestivas e psicológicas. Assim conclui-se que o acto de compararmos com os outros só é prejudicial quando se torna uma obcessão ou quando isso nos leva a afectar de tal ponto que a nossa auto-estima seja reduzida. 

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Envelhecemos da mesma forma?

A população mundial envelheceu e a esperança de vida aumentou consideravelmente nos últimos anos. Esta é uma realidade comentada por diversos pesquisadores. Os efeitos deste fenómeno são visíveis na nossa sociedade e abrangem todas a classes sociais. Esta é uma realidade comentada por diversos pesquisadores. Nunca jamais foi registado um número tão elevado de idosos em todo o mundo. Em todos os países do mundo nota-se um aumento considerável da população idosa e com isso surgem novos desafios. Estes novos desafios deixaram de ser pessoais e tomaram proporções sociais.

Assim tornou-se obrigatório criar e desenvolver meios para proporcionar aos idosos melhor qualidade de vida através de uma abordagem mais evidente no âmbito da psicologia e um modelo de envelhecimento onde sejam garantidas condições de integração social que potencie um envelhecimento saudável em todos os seus aspectos. A necessidade emergente de entender os aspectos psicológicos do envelhecer que assume uma singularidade em cada indivíduo.
Oliveira (2010, pag. 7) sugere que “o século XXI será certamente o século do idoso”. Aken (2009 pag. 45) classifica o aumento da esperança de vida nos últimos 150 anos como uma “linha recta dirigida para cima”. Os efeitos deste fenómeno são visíveis na nossa sociedade e abrange todas a classes sociais.

Em todos os países do mundo nota-se um aumento considerável da população idosa e por isso surgem novos desafios. Tornou-se obrigatório criar e desenvolver meios para proporcionar aos idosos melhor qualidade de vida e um modelo de envelhecimento onde sejam garantidas condições de integração social e que potencie um envelhecimento saudável em todos os seus aspectos.

Partindo do pressuposto de base que cada indivíduo é um ser único e singular, cada um tem uma forma específica de envelhecer e tendo em vista que, conforme salientou Brize e Vallier (1985, pag.56) e Joaquim Marújo ( 2009, 2010, 2011)  “o envelhecimento começa […] imediatamente após a fecundação do óvulo”, pode-se entender que o envelhecimento é um processo contínuo que se desenvolve ao longo da vida sendo uma das características do ser vivo.  

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

2012 Ano Europeu do Envelhecimento Activo

Nas comemorações do ano Europeu para 2012 a União Europeia (UE) delibera uma estrutura para promover o envelhecimento activo. A UE enfrenta um rápido processo de  envelhecimento da população e taxa de natalidade decrescente. Portanto, é necessário melhorar as oportunidades de emprego e condições de trabalho para os trabalhadores mais idosos, a fim de preservar a solidariedade entre gerações e para melhorar a sua inclusão na sociedade e incentivar o envelhecimento saudável.

Objectivos do Ano Europeu: 

  • sensibilizar o público em geral da contribuição útil dos idosos para a sociedade e a economia através da promoção do envelhecimento activo;
  • estimular o debate e desenvolver a aprendizagem mútua entre os países da UE, afim de promover as boas práticas e incentivar a cooperação;
  • oferecer um quadro de compromisso e acção concreta para permitir aos Estados-Membros e partes interessadas para desenvolver atividades específicas e se comprometerem com novos objectivos políticos.

Em 2011, autoridades públicas da UE, parceiros sociais e organizações da sociedade civil devem ser incentivadas a se comprometerem com metas específicas relacionadas ao envelhecimento ativo.

Em 2012, o foco do Ano Europeu será na implementação dos compromissos assumidos, para aumentar a conscientização entre o público em geral e sobre a divulgação de iniciativas locais, nacionais e européias.

A fim de assegurar que as actividades sejam devidamente coordenadas, cada Estado-Membro nomeia um coordenador nacional. Além disso, a Comissão será responsável pela coordenação do Ano a nível europeu durante as reuniões com os coordenadores nacionais e também com representantes da sociedade civil.

Fonte: Europa Legistation Sumaries Jornal 


terça-feira, 1 de novembro de 2011

Evolução da Concepção da Velhice

Por Manuela Raquel do Amaral Dias 

As concepções geralmente evoluem segundo uma repetição infinita de ciclos. Assim, nas civilizações primitivas em que as actividades principais eram a caça e a guerra, os idosos eram desprezados (porque eram inúteis para essas actividades), afastados do poder, dos rituais e, por vezes, até abandonados pela tribo, devido à sua fragilidade física. Quando as tribos se tornaram sedentárias, dedicando-se à agricultura, os anciãos passaram a ser muito considerados, e a ocupar uma elevada posição social, sendo muitas vezes eleitos como chefes. Os conselhos em Esparta eram compostos por 28 homens, dos mais valorosos com mais de 60 anos. Os doges de Veneza em frequentemente homens idosos. Lembramos Henrique Dondolo que em 1192, com 80 anos de idade, tornou-se doge da República Veneziana e que, apesar da idade, conseguiu mudar o destino da Europa. E no papado, a gerontocracia foi sempre regra (Bize e Vallier, 1985:35).

A longevidade era muito reduzida, e por isso, os que conseguiam resistir ao peso do tempo e chegar à velhice, eram considerados especiais, sendo alvo de grande admiração e inspirando respeito pelos seus conhecimentos, adquiridos através da experiência. O idoso era considerado um sábio que se consultava nos problemas difíceis e também um historiador, conhecedor de todas as famílias da região.

No entento, houve outras épocas em que a experiência acumulada com a idade não era considerada garantia de competência. Vivemos actualmente num desses momentos, em que tudo guira em volta do culto da juventude. Os idosos já não ocupam na sociedade o lugar de que antes usufruíam, mas são muito mais numerosos do que nunca. Antigamente, envelhecer era um mero problema psicológico, pessoal e familiar; hoje é um desafio social.