domingo, 25 de março de 2012

O ideal rogeriano para o terapeuta


Para Wood (1998, p: 19) “no caso da terapia centrada no cliente, trata-se interacção de ajudar um outro ser humano a conseguir mudanças construtivas de personalidade. Não consiste em mostrar que você tenta ajudar, mas ajudar realmente. Não implica tentar realizar uma «boa terapia», mas fazer algo que seja mais proveitoso para o cliente”. Esse ponto de vista é assegurado pelo próprio investigador ao mencionar que “ uma abordagem centrada na pessoa, quando utilizada para estimular o crescimento e o desenvolvimento do indivíduo psicótico perturbado, ou do normal, revoluciona os comportamentos costumeiros de membros das profissões de ajuda” Rogers (2001, p:30). 

Rogers (2001, pag:30) delineou alguns aspectos positivos para a aplicação da abordagem centra na pessoa, as quais passo a mencionar:
  •   Uma pessoa sensível, tentando ser útil, torna-se mais centrada na pessoa, independentemente a sua orientação psicológica;
  • Quando se está focalizando a pessoa, os rótulos diagnósticos tornam-se amplamente irrelevantes;
A proposta de Rogers segundo Wood (1998, p: 19) é que “o terapeuta deveria ter uma capacidade de simpatizar que não fosse excessiva, uma atitude genuinamente receptiva e interessada, ou uma profunda compreensão que tornasse impossível emitir julgamentos morais, chocar-se ou horrorizar-se”.

Wood (1998, p: 19) postula que a atitude do terapeuta, segundo o conceito de rogeriano, deve ser de “ um desejo de agir construtivamente”, “uma flexibilidade de pensamento”, “uma abertura a novas descobertas”, “uma habilidade para” e “uma tolerância para com a incerteza ou a ambiguidade”. Em suma, a postura do terapeuta é entender a aceitar a fragilidade humana do cliente, posicionar-se no seu lugar, viver a sua experiência sem julgamento prévio e somente a partir desse princípio ajudar o cliente de uma maneira eficaz.

No universo rogeriano, segundo Zimring ( 2000, p:8) “o terapeuta não tem de ser um perito que compreenda o problema e decida a maneira de o resolver, mas deve sim libertar a capacidade do cliente para resolver os seus próprios problemas”. O objectivo aqui é um relacionamento de empatia. E como salientou Brodley (2000, p:72) “(…) a concepção de empatia de Rogers é diferente e mais complexa que uma simples resposta aos sentimentos”.  Rogers, (apud Brodley 2000 p: 72) “Ser empático é perceber o quadro interno de referência do outro com cuidado e com os componentes e significados emocionais que lhe pertencem… significa sentir dor ou o prazer do outro como ele sente e perceber as suas causas como ele percebe”.

Finalmente o ideal rogeriano para o terapeuta é segundo Rogers (1979, p:97) seja desenvolvido “(...) um calor e uma capacidade de resposta por parte do conselheiro que torna a relação possível e a faz evoluir gradualmente para um nível afectivo mais profundo (…) com limites definidos”. Deste modo é salientado a necessidade do terapeuta expressar um interesse genuíno e aceitação pelo cliente e somente assim estará apto para ajudar efectivamente a pessoa que estará ao seu lado, tendo uma atitude orientadora e não manipuladora, exercendo a ciência de saber ouvir, criando laços de empatia para fomentar meios de ter a capacidade de ver e sentir o mundo exactamente como ele é para o outro, ser genuíno para que o cliente tenha credibilidade no terapeuta e possa assim criar laços de confiança.

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