quarta-feira, 27 de março de 2013

Portugal é o 6.º país que mais gasta com AVC


por Lusa, publicado por Ana Maia

Fonte: Jornal Diário de Notícias 27/03/2013 

Divulgado no âmbito do Dia Nacional do Doente com AVC, que se assinala no domingo, o relatório refere que um em cada cinco acidentes vasculares cerebrais está associado à fibrilhação auricular (FA), uma arritmia cardíaca que se estima afetar 140 mil portugueses com 40 ou mais anos.

"Sabendo-se que a FA aumenta em cinco vezes o risco de AVC e é responsável por 15 a 20% dos acidentes vasculares cerebrais, este aumento de incidência aponta igualmente para um agravamento dos números de AVC", que são a segunda causa de morte por doença cardíaca na Europa e a primeira em Portugal, em pessoas com 65 ou mais anos.
Os custos anuais associados ao AVC na Europa, que vitima cerca de 1,3 milhões de europeus anualmente, somam cerca de 64 mil milhões de euros.
"Portugal é sexto país da Europa que mais gasta com o AVC em termos absolutos (cerca de 2,5 mil milhões de euros) e o segundo com custos per capita mais elevados (cerca de 240 euros)", adianta o Grupo de Trabalho para a Prevenção do AVC, por FA.
Os doentes com FA têm uma probabilidade 50% mais elevada de morrer durante o ano seguinte (face a 27% dos doentes sem esta arritmia) e de ficar com incapacidade permanente.
Estes doentes constituem "um dos mais importantes grupos para reduzir o peso global, humano e económico dos AVC".
Frequentemente a FA não apresente sintomas claros para um rápido diagnóstico, estimando-se que um terço dos doentes desconheça a sua condição, o que os afasta de qualquer terapêutica preventiva.
A verificação da pulsação irregular e um eletrocardiograma podem ter um "papel crucial na melhoria da deteção de FA". Já a terapia anticoagulante pode diminuir o risco de AVC, em cerca de dois terços destes doentes.
"Mesmo quando o diagnóstico existe, muitas vezes falha a prevenção ou a forma como é feita". Estudos realizados em Itália, Alemanha e Espanha referem que apenas entre 25% a 57% destes doentes estavam sob terapêutica anticoagulante.
O cardiologista João Morais disse à Lusa que estes dados "não surpreendem", espelhando uma realidade conhecida, principalmente dos médicos que lidam com as doenças cerebrovasculares, que "têm um peso brutal nas doenças do aparelho circulatório".
João Morais salientou a importância da prevenção e do tratamento, para "minimizar os danos" desta doença. "Na fase da prevenção, temos dois problemas centrais em Portugal que condicionam os elevadíssimos números que temos de AVC, a hipertensão arterial e a FA", frisou.
João Morais adiantou que "é fundamental" que o doente que sofre um AVC ou que tem a perceção de que está a sofrer um ataque contacte rapidamente o 112.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Os desafios do envelhecimento demográfico


É notório o facto de que a população mundial envelheceu drasticamente nos últimos anos e a  de vida aumentou consideravelmente. Esta é uma realidade comentada por diversos investigadores. Os efeitos deste fenómeno são visíveis na nossa sociedade e abrange todas as classes sociais, sendo que os mais ricos têm melhores condições e os que vivem nas zonas urbanas têm mais acesso aos recursos de saúde.

Aken (2009, pag. 47) classifica o aumento da esperança de vida nos últimos 150 anos como uma linha recta dirigida para cima”. Em todos os países do mundo nota-se um aumento considerável da população idosa e por isso surgem novos desafios.

Anaut (2005, pag 123) informa que “a população idosa tornou-se nomeadamente um dos grupos de investigação mais instrutivos […]”.Assim o idoso dos nossos dias passou a ser visto como parte integrante de um grupo com um grande potencial a ser explorado quer pela ciência, quer pelos senhores dos negócios nos seus mais diversos ramos. Este grupo entretanto tem as suas características, necessidades e fragilidades próprias.

Tornou-se obrigatório criar e desenvolver meios para proporcionar aos idosos melhor qualidade de vida e promover um modelo de envelhecimento onde sejam garantidas condições de integração social e que potencie um envelhecimento saudável em todos os seus aspectos.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Alterações Neurofisiológicas durante o Envelhecimento



Por: Aline Pereira, Carla Freitasa, Cristiane Mendonça et all 

Durante o envelhecimento vários processos fisiológicos se modificam. Por exemplo, no sistema nervoso, ocorre uma diminuição do seu volume do sistema nervoso central (perda de neurônios e outras substâncias) e as fibras nervosas perdem a sua mielina - responsável pela velocidade de condução do estimulo nervoso (Straub et al., 2001; Berger e Mailloux-Poirier, 1995).


As funções intelectuais também se alteram, como por exemplo: dificuldade nos processos de aprendizagem e de memorização, o que provavelmente está relacionado com as alterações químicas, neurológicas e circulatórias que afetam a função cerebral; diminuição da eficácia da oxigenação e nutrição celular e diminuição na aprendizagem associada às deficiências nas sinapses e na disponibilidade de determinados neurotransmissores (Braver e Brach, 2002). 

Por conseguinte, há uma assimilação mais lenta de conhecimento, refletindo significativamente na formação de memória de curto prazo (imediata) apesar da conservação da memória de longo prazo (fixação); dificuldade na organização e utilização das informações armazenadas e diminuição da memória visual e auditiva de curto prazo (Braver e Brach, 2002; Berger e Mailloux-Poirier, 1995).

Entretanto, em relação à inteligência, não se pode afirmar que haja declínio acentuado com o avançar da idade, o que ocorre é fadiga mental, desinteresse, diminuição da atenção e concentração; fatores estes que geralmente estão associadas ao declínio da inteligência.

Fonte: Envelhecimento, estresse e sociedade: uma visão psiconeuroendocrinológica 

terça-feira, 12 de março de 2013

Instabilidade e Queda


“O uso da Ergonomia, enquanto abordagem interdisciplinar no âmbito do envelhecimento, é substancial para a promoção da autonomia incitando condições de vida, estimulantes e aceitáveis, permitindo habilitar o «ambiente» às necessidades e limitações do geronte.”


“Habitualmente o domicílio alcança uma significação única, na vida do geronte, desenvolvendo em determinados casos, uma conexão de espaço – ambiente.

“No entanto, tais mudanças ambientais, nomeadamente no domicílio, aduzem alguma resistência, quer por parte do geronte, quer pela própria família. A conjuntura da ergonomia face ao ambiente familiar traduz-se na optimização das condições e conforto visando de forma integrada a sua garantia através de um ambiente seguro (…) Os vínculos inabaláveis entre o indivíduo e o ambiente edificam a base para uma abordagem socio-ecológica da saúde. (…) a enunciação de ambientes favoráveis à saúde, reporta aos aspectos físicos e sociais que nos envolvem, nomeadamente, aos locais onde os gerontes habitam.”  

Fonte: Cláudia MouraIn”Século XXI – Século do Envelhecimento”

segunda-feira, 11 de março de 2013

Livro O Caminho para a Esperança

Caro seguidor do blog e leitor do Blog SessentaMais,

Venho informar que temos ainda disponível alguns exemplares totalmente gratuitos do livro "O Caminho para a Esperança".  Este livro tem sido um apoio para todos aqueles que querem desenvolver as relações intra e inter pessoais; Homem e o ambiente ; Homem e o Transcendente.

Esta oferta especial é um parceria entre o Blog SessentaMais e a Publicadora SerVir.

Envie o seu pedido com morada de envio.

Bom proveito,

Luciano da Silva

O cuido e os desafios culturais


Por Tatiane Prette Kuznier

O cuidado constitui preceito básico para existência humana, visto que o homem só existe e se edifica se passar por situações de cuidado. Para Boff (1999, p. 33), cuidar é mais do que ato, é atitude. Vai além de “um momento de atenção, de zelo e de desvelo. Representa uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro”. Aliando a questão cultural ao cuidado, Madeleine Leininger formulou a “Teoria do Cuidado Cultural”, que fornece meios para estudar os seres humanos e o cuidado cultural, podendo ser usada em qualquer cultura ou subcultura do mundo, a fim de desvelar as diferenças e similaridades do cuidado cultural (LEININGER, 1991).

Para Leininger (1991), o processo saúde-doença dos indivíduos é influenciado pela cultura. Assim, o enfermeiro desenvolverá ações congruentes, se entender que sua cultura pessoal poderá ser diferente daquele a quem presta cuidado, devendo, portanto, analisar o contexto cultural em que se encontra seu paciente, constatando se o cuidado praticado pelo paciente está próximo ou distante do cuidado profissional.

O cuidado culturalmente embasado fornece importantes subsídios para um cuidado individualizado e assertivo. Valorizar a característica particular de cada idoso, bem como o seu modo de compreender o mundo, o torna mais participativo no cuidado.Como mencionam Lenardt & Tuoto (2003, p. 3) “os doentes sentem mais apoio quando vêem que a conduta terapêutica expressa interesse baseado em uma compreensão pessoal deles”.

Penso ser congruente a prática de um cuidado cultural, que leva em consideração a totalidade da vida humana e sua existência ao longo do tempo. De modo a entender como os idosos se cuidam, e porque se cuidam, há necessidade de4 se familiarizar com os conjuntos de significados por meio dos quais eles norteiam suas vidas (LENARDT & TUOTO, 2003). Cada idoso possui estilo peculiar em praticar seupróprio cuidado. O cuidado ou, ao contrário, o descuidado podem ser determinantes na vida do idoso. Um idoso que se cuida e se preocupa consigo mesmo tem mais chance de conseguir um envelhecimento saudável e desejável.

quarta-feira, 6 de março de 2013

A Saúde e o Desenvolvimento Espiritual


Por Jon Paulien 
Fonte: Lic. Esc. Sab. Origens

Cuidar da saúde é uma parte vital do nosso relacionamento com Deus. Obviamente, alguns aspectos da saúde estão além do nosso controle. Temos genes defeituosos, estamos expostos a produtos químicos ou outros agentes prejudiciais desconhecidos e estamos em risco de danos físicos que podem prejudicar nossa saúde. Deus sabe de tudo isso. Mas na medida de nossas possibilidades, devemos fazer o melhor para preservar nosso corpo feito à imagem de Deus.  

“Ninguém que professe piedade considere com indiferença a saúde do corpo, nem se iluda com o pensamento de que a intemperança não é pecado e não afetará sua espiritualidade. Existe uma estreita afinidade entre a natureza física e a moral. O padrão de virtude é elevado ou rebaixado por meio dos hábitos físicos [...] Qualquer hábito que não promova o perfeito funcionamento saudável do organismo humano degrada as mais elevadas e nobres faculdades” White, E.G, (2009)  Conselhos sobre Saúde pag 67.  

Jon Paulien é diretor do departamento de Religião da Universidade de Loma Linda, na Califórnia. Atuou durante 27 anos como professor no Seminário Teológico da Andrews University. Autor de sete livros, mais de cem artigos, trabalhos acadêmicos e outras publicações, Jon é um especialista no estudo do evangelho de João e do livro de Apocalipse. 


Mobilidade Fácil


A Equipa ACESSO da Fundação para a Ciência e a Tecnologia está a colaborar no projeto  (no âmbito do projeto âncora TICE.Mobilidade – Sistemas de Mobilidade Centrado no Utilizador). 
O EASY.ACCESS trata-se de uma plataforma agregadora de informação e serviços auxiliares à mobilidade de todos os cidadãos, EM PARTICULAR CIDADÃOS COM NECESSIDADES ESPECIAIS E COM MOBILIDADE REDUZIDA. Pretende responder às necessidades das várias fases duma viagem, nomeadamente o planeamento, a viagem e o destino.
Para testar o inquérito online aos utilizadores, NECESSITAMOS DE 10 VOLUNTÁRIOS (que habitem em Portugal). Quem estiver interessado em participar agradecíamos que enviasse um email a expressar essa disponibilidade para: claudia.cardoso@fct.pt . 
Mais informação sobre o projeto pode ser consultado no site da easyacess.pt  

segunda-feira, 4 de março de 2013

Conceito de Envelhecimento


Por: Geraldine Alves dos Santos
(...) "O envelhecimento, segundo o pensamento de Hayflick (1996), não é a simples passagem do tempo, mas as manifestações biológicas que ocorrem no organismo durante o transcorrer deste espaço temporal. Para o autor, o envelhecimento cronológico é apenas uma convenção, não existindo nenhuma influência do tempo sobre o organismo.

Quando estudamos o envelhecimento é relevante observarmos a distinção que Hayflick (1996) propõe entre velhice e doença. A definição de envelhecimento não é sinônimo de doença, apesar de poderem estar associados. Em qualquer fase da vida o ser humano é suscetível aos mais diversos tipos de doenças, caso contrário não existiriam tantos problemas com a mortalidade infantil. Com o aumento da idade o sistema imunológico humano diminui a capacidade de defender o organismo e, portanto, o indivíduo fica mais vulnerável às doenças, mas não necessariamente adoece".

Fonte: Revista Virtual Textos & Contextos. Nº 1, ano I, nov. 2002

Geraldine A. Santos é Psicóloga, Especialista em Gerontologia Social, Técnica de Rorschach e Técnica de Zulliger, Mestre em Psicologia Clínica, Doutora em Psicologia, Diretora Técnico-Científica da Associação Nacional de Gerontologia/RS, Membro do Departamento de Gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia/RS   

sexta-feira, 1 de março de 2013

O Homem Tridimencional


Em 1939, os estatísticos britânicos Greenwood Maior e JO Irwin publicaram um artigo pouco notado na revista Human Biology. Com o inicio da II Guerra Mundial, 1939 foi um mau ano para fazer história científica e para agravar a situação o trabalho de Maior e Irwin viria contrarir grande parte dos biólogos e médicos da época.

Assim, o artigo continha uma descoberta inesperada na altura. Greenwood e Irwin estavam estudando os números de mortalidade de mulheres com idades entre 93 e mais. Eles esperavam ver a taxa de mortalidade aumentar com a idade, como ocorre ao longo da vida adulta. Mas os resultados foram outros. Em vez disso, entre as mulheres de 93 e 100 anos de idade, a aceleração na taxa de mortalidade chegou a uma parada brusca. Idosas  com idades entre 99 não tinham mais chances de morrer do que aquelas com 93 anos. Dessa fora foi observado cientificamente pela primeira vez o aumento da logevidade na era pós moderna.

Desde então, observa-se que a medicina preventiva, a adopção de um estilo de vida saudável, alimentação, exercício físico entere outros factores têm contribuído para acrescentar mais anos à vida. Hoje a longevidade é uma realidade. Contudo o que deve ser o centro das nossas indagações não são acrescentar anos à vida mas vida aos anos dos idosos. Por essa razão a Gerontologia Social avalia o Homem como um ser tridimencional no seu relacionamento inter/intra pessoal; relacionamento com o meio envolvente e o relacionamento com o Transcendente. É dessa forma que o Homem é estudado e avaliado como um todo.