terça-feira, 22 de março de 2011

A medicina do futuro... e do presente

Pelo Dr. Samuel Ribeiro Director da Revista Saúde e Lar


"A medicina de amanhã é a prevenção”, de acordo com o provérbio que diz: “um grama de prevenção é melhor do que uma tonelada de cura”. Estas palavras escritas, há alguns anos, pelo antigo director geral da OMS, Dr. Hiroshi Nakajima, serão talvez o melhor dos alertas quando iniciamos a tão desejada e temida, por muitos, escalada de um novo tempo. Ao fim de quase sessenta anos de publicação é também a confirmação da justeza da posição da Saúde e Lar desde a primeira hora.
As modernas descobertas da medicina levaram muitos a pensar que os maiores problemas de saúde da humidade estariam resolvidos para sempre. Mas, bem pelo contrário, eles não param de aumentar. Até recentemente a humanidade dividia-se em: países ricos que já tinham vencido as doenças transmissíveis e se preparavam para derrotar as não transmissíveis como o cancro, as doenças cardiovasculares e outras próprias das sociedades desenvolvidas, e países em desenvolvimento onde as doenças endémicas transmissíveis, a malária e a pobreza faziam e fazem as suas razias.
Hoje, no século XXI, as coisas mudaram. É verdade que muitos países mudaram. É verdade que muitos países em desenvolvimento têm feito progressos no combate às doenças infecciosas e à malnutrição. Mas a urbanização e industrialização rápida desses países, a par da adopção de estilos de vida modernos mas errados, têm vindo a fazer aumentar a incidência das doenças das doenças não transmissíveis. Assim, novos problemas têm aparecido antes que os antigos estejam resolvidos. Um exemplo típico, entre nós, é o progressivo abandono, sobretudo pela juventude, da nossa alimentação tradicional tipo mediterrânico, por uma alimentação desequilibrada e com excesso de carne e de gorduras. As consequências no aumento das doenças cardiovasculares e do cancro já se estão a começar a sentir.   
O progresso socioeconómico tem melhorado as condições de vida de melhores de pessoas. Mas ao mesmo tempo a adopção de estilos de vida desaconselháveis (alimentação errada, stress, tabaco e falta de exercício) por muitas dessas pessoas tem-lhes trazido um risco acrescido de mortalidade em muitas doenças. A ciência mostra claramente que a prevenção das mais importantes doenças não transmissíveis (cancro, doenças cardiovasculares, diabetes, osteoporose) só é possível se se adoptarem estilos de vida saudável. Essas doenças têm grande parte das suas raízes em factores que os seres humanos criam e que só eles podem controlar.
Um dos mais importantes factores da saúde é a alimentação. Alguém disse que uma alimentação correcta representa 80% da saúde. Há evidências cada vez maiores de que uma dieta sem utilização de alimentos ou gorduras animais é um factor fundamental para se poder ter uma vida mais longa e mais saudável.
Termino com uma frase do professor Fernando Pádua, uma personalidade médica que é uma referência quando se fala em prevenção: “a saúde pode não ser tudo, mas sem ela o resto é quase nada”. 

1 comentário:

  1. Sou assinante da Revista Saúde e Lar. Li este artigo enquanto andava a procura de temas sobre saúde. Parabéns do Dr. Samuel Ribeiro pelo artigo e parabéns ao proprietário do site. Pedro Saraiva

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