O bom desenvolvimento de relações interpessoais é um dos elementos chaves para o sucesso de uma vida profissional, pessoal e comunitária. No âmbito da gerontologia social é imperativo o desenvolvimento da sintonia com os idosos e cuidadores com os quais iremos interagir. É somente através da cumplicidade e amabilidade que somos capazes de desenvolver relações.
Todos nós já tivemos a oportunidade de observas filhos parecidos com os mais não somente fisicamente mas na forma de andar, amigos que de uma certa maneira vestem-se de uma forma semelhante, casais que ao longo dos anos tornam-se muito parecidos e cães e donos que muito se assemelham. Vemos também uma grande cumplicidade na natureza à nossa volta. Estes são alguns exemplos de sintonia entre tantos que podemos mencionar.
Boothman (2008) sugere que "a sintonia é o estabelecimento de um território comum, de uma zona de conforto na qual duas ou mais pessoas se podem unir mentalmente. Quando existe sintonia, cada um de nós traz algo à interacção - atenção, calor, sentido de humor, simpatia, possivelmente duas ou três excelentes anedotas. A sintonia é o lubrificante que permite que as interacções sociais fluam com suavidade".
O mesmo autor admite, através dos seus estudos, que a recompensa é de grandeza tal que quebra todos os "gelos" de um relacionamento casual. "O prémio, quando se atinge a sintonia, é a aceitação positiva da outra pessoa. Esta resposta não se traduzirá em tantas palavras, mas assinalará algo como isto: "eu sei que ainda agora te conheci, mas gosto de ti, por isso vou-te confiar a minha atenção." Por vezes, a sintonia acontece simplesmente por si própria, como que por acaso; outras vezes, temos que lhe dar uma mãozinha. Se acertarmos, a comunicação pode ter início. Se falarmos, vamos ter que batalhar pela atenção da outra pessoa".
Em seu estudo sobre a sintonia, Boothman (2008) postula a existência de três formas de sintonia: A "sintonia natural" que passa pela simpatia ou carisma que desenvolvemos naturalmente com as pessoas com as quais interagimos em nossa vida diária, a "sintonia ocasional" que desenvolvemos em ocasiões ou situações específicas como eventos, viagens entre outros. E finalmente a "sintonia planeada". Esta é desenvolvida quando há um interesse mútuo ou individual. Neste caso o agente interessado necessita derrubar preconceitos e outras barreiras sociais para "reduzir as distâncias e as diferenças" conforme salienta Boothman (2008).
É somente através destes princípios que poderemos combater a exclusão social e promover a interacção do indivíduo na sociedade. Não obstante o primeiro passo deve sempre partir de nós próprios. "A chave de estabelecer sintonia com estranhos é aprender de que forma nos podemos tornar como eles".
A necessidade de estar em sintonia é sem dúvidas uma realidade do nosso dia-a-adia, especialmente quando se trata do relacionamento com os mais idosos. Parabens e obrigado pelo artigo. Élida Queirós
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