quarta-feira, 25 de abril de 2012

O futuro da Terceira Idade em Portugal


Por Luís Jacob, Presidente da RUTIS ( em entrevista com Maria João Garcia)

Maria João Garcia: Como vê o futuro da Terceira Idade em Portugal?
Luís Jacob: Há um milhão e seiscentos idosos em Portugal, logo há um milhão e seiscentas maneiras de envelhecer. Há quem venha a ter muitos problemas. Não nos podemos esquecer que 50% dos pobres são idosos. Por outro lado, o envelhecimento vai depender muito da maneira como a pessoa viveu. Se foi sempre activa e pode continuar a sê-lo, vai lutar por isso. Uns terão uma vida mais familiar, a cuidar dos netos, outros não tanto.

Maria João Garcia  -  Quais são os principais desafios que se enfrenta, em Portugal, quando se tem 65 anos e mais? 
Luís Jacob: Um dos desafios que mais se destaca é a falta de autonomia. À medida que envelhecemos, vamos perdendo a autonomia e, em muitos casos, perde-se também parte da qualidade de vida desejável. Quem ainda é autónomo tem de enfrentar o desafio de ver onde pode ocupar o seu tempo livre, vendo a vida depois dos 65 anos como uma nova etapa e, não tanto, como o fim. 

Portugal tem as condições necessárias para enfrentar este envelhecimento? 
Nenhum país tem as condições necessárias. O envelhecimento da população e o aumento da esperança média de vida, em mais 20 anos, é uma realidade recente. Portugal tem as condições mínimas para enfrentar esta realidade, como acontece noutros países. Há, de facto, zonas onde a situação é preocupante, porque faltam equipamentos sociais, há falta de cuidados de saúde, exclusão social, solidão, entre outros.

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