A observação de Cyrulnik exemplifica a pérola
como o “maravilhoso infortúnio”. As pérolas são produto da resultado da
entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um
parasita ou um grão de areia. A parte interna da concha de uma ostra é uma
substância lustrosa chamada nácar que envolve o objecto intruso que lhe provoca
imensa dor.
Como resultado, uma linda pérola é formada. Uma ostra que não foi
ferida, de algum modo, não produz pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada.
Marie Anaut fortalece este conceito quando escreve; “a partir de uma ferida ou
sofrimento o sujeito pode construir uma experiência potencialmente proveitosa
para si”. Ela ainda acrescenta a ideia que “o resiliente elabora um oximoro
cujo modelo seria o da pérola fabricada pela ostra como resposta a uma
agressão”.
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