quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Novidades sobre os estudos referentes à doença de Alzheimer

"Cientistas descobriram como uma proteína implicada na doença de Alzheimer destrói ligações nervosas"
Por Ana Gerschenfeld 

Noticia do Jornal o Público, editada na totalidade
Pela primeira vez, investigadores mostraram que pequenos agregados de proteína beta-amilóide, o ingrediente de base das placas que se formam à volta dos neurónios na doença de Alzheimer, conseguem ligar-se fortemente a uma molécula receptora presente à superfície dos neurónios. Os seus resultados são hoje publicados na revista Science.

A proteína beta-amilóide, naturalmente presente no cérebro, tem tendência para formar aglomerados. Inicialmente pequenos, esses agregados acabam por formar placas ditas amilóides que "asfixiam" os neurónios e são uma das "assinaturas" inequívocas da Alzheimer.
Carla Shatz, da Universidade de Stanford (EUA), e colegas, tinham anteriormente estudado, em ratinhos, um receptor presente à superfície dos neurónios chamado PirB. E tinham descoberto que, quando activado por substâncias que se ligam a ele, favorece o enfraquecimento das sinapses (as estruturas de passagem dos impulsos nervosos de um neurónio para outro). Ora, como uma outra característica da doença é a perda maciça de ligações nervosas, os cientistas quiseram ver o que aconteceria, com uma estirpe de ratinhos geneticamente manipulados com particular predisposição para a doença de Alzheimer, se os seus neurónios fossem "despidos" do receptor PirB. Puderam constatar então que, efectivamente, esses ratinhos deixavam de apresentar sinais da doença tais como formação de placas amilóides ou perda de memória. Pelo contrário, os ratinhos cujo receptor PirB funcionava normalmente apresentavam sintomas patológicos de degradação mental, como era de esperar.
O que poderia estar a proteger os primeiros animais das suas nefastas mutações pró-Alzheimer? É aqui que entram em cena o autor principal do estudo agora publicado, Taekho Kim, e a sua teoria. Segundo Kim, o que poderia estar a acontecer é que a proteína beta-amilóide, ao ligar-se ao receptor PirB, estivesse a provocar o enfraquecimento das sinapses e a comunicação entre os neurónios acabava por se tornar impossível - e a memória por desaparecer.
As experiências seguintes mostraram que, efectivamente, os pequenos agregados de proteína beta-amilóide se ligavam fortemente ao receptor PirB. Entretanto, Kim descobriu que existe também um receptor equivalente nos neurónios humanos, chamado LilrB2, igualmente capaz de se ligar à beta-amilóide.
Restava perceber como é que PirB fazia para enfraquecer as sinapses. Mais experiências, desta vez a comparar os cérebros de ratinhos com e sem receptor PirB (mas todos eles propensos à doença de Alzheimer), permitiram constatar
que, nos primeiros, a actividade de uma enzima, a cofilina, era muito mais elevada do que nos segundos. O mesmo se verificou, aliás, na autópsia ao cérebro de doentes com Alzheimer, quando comparados com os de pessoas que não tinham a doença na altura da morte.
A cofilina actua partindo aos bocados uma outra proteína, a actina, que é por sua vez essencial à manutenção da integridade das sinapses. E de facto, estes cientistas mostraram que a ligação dos agregados de beta-amilóide ao receptor PirB, à superfície dos neurónios, acarreta, dentro dessas células, alterações bioquímicas na cofilina, reforçando assim a acção destruidora de sinapses da actina. Todas a peças encaixavam perfeitamente.
"O nosso estudo é um dos primeiros a explicar como a proteína beta-amilóide pode conduzir à perda de ligações cerebrais através da ligação a um receptor de superfície das células nervosas", disse ao PÚBLICO Carla Shatz. "Isso é novo - como também a descoberta de um receptor equivalente no cérebro humano." Os resultados sugerem, em particular, "que a doença de Alzheimer começa a manifestar-se muito antes de a formação de placas amilóides se tornar óbvia", salienta a cientista - e poderão abrir o caminho a tratamentos mais eficazes nas fases precoces da doença.
Conhecem-se outros receptores da proteína beta-amilóide no cérebro. Mas ainda nenhum deles foi associado a mecanismos específicos de patologia celular, lê-se num comentário na mesma edição da Science. "Os novos resultados são provavelmente uma nova e importante peça do puzzle que nos permitirá perceber totalmente a doença de Alzheimer", diz-nos Bart De Strooper, do Instituto de Neurociências e Doença de Lovaina (Bélgica) e um dos co-autores daquele comentário. "Existem outros receptores da amilóide e a questão é agora a de saber como cada um dos diversos receptores contribui para a patologia."
Fonte: Jornal o Público online  - 
Publico Ciência. Data da visita ao site 25/09/2013 

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Envelhecimento na Europa

"Preve-se que, até 2050, o número de pessoas com mais de 65 anos na UE cresça 70% e o número de pessoas com mais de 80 anos aumente 170%. Um dos principais desafios do nosso século será, pois, satisfazer a maior procura de cuidados de saúde, adaptar os sistemas de saúde à nova realidade e manter viáveis estes sistemas numa sociedade com menos população activa.
O esforço principal consistirá em promover o envelhecimento saudável dos cidadãos europeus. Viver mais anos em boa saúde significa melhor qualidade de vida, mais autonomia e a possibilidade de se manter activo. Quando a população envelhece com saúde, os sistemas de saúde são menos solicitados e há menos casos de reforma por invalidez, o que é muito positivo para o crescimento económico da Europa.
A UE colabora activamente com os Estados-Membros para promover o envelhecimento saudável, através de iniciativas que visam melhorar a saúde dos idosos, da população activa, das crianças e dos jovens e prevenir as doenças ao longo de toda a vida. Além disso, a UE desenvolve acções destinadas a melhorar as condições de vida das pessoas idosas".
Fonte: Saúde UE - Comissão Européia

O relacionamento conjugal e o envelhecimento


domingo, 15 de setembro de 2013

A Saúde e a Informação

Anne  Squire
“As pessoas idosas têm de sentir-se ouvidas, respeitadas e perceber que se age a partir dos seus pontos de vista. (…) Há uma evidência crescente dos benefícios da prestação de informação de saúde às pessoas idosas e de as envolver na promoção da sua saúde. Existe cada vez mais a certeza de uma ligação positiva entre pessoas idosas que participam nos seus cuidados de saúde e o aumento da sua satisfação e melhoria de saúde e bem-estar. Tomar decisões e opções acerca da saúde é uma tarefa difícil para algumas pessoas idosas. É por esta razão que a comunicação eficaz é vital tanto para dar informação como para a tomada de decisões.”

In”Saúde e bem - estar para Pessoas Idosas”

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Conceitos de Resiliência

No livro “A resiliência ultrapassar os traumatismos” Anaut designa a resiliência como “a arte de se adaptar às situações adversas”. A observação de Cyrulnik exemplifica o fruto da resiliência como  a pérola do “maravilhoso infortúnio”. As pérolas são produto da dor, resultado da entrada de uma substância estranha ou indesejável no interior da ostra, como um parasita ou um grão de areia. A parte interna da concha de uma ostra é uma substância lustrosa chamada nácar que envolve o objecto intruso que lhe provoca imensa dor. Como resultado, uma linda pérola é formada. Uma ostra que não foi ferida, de algum modo, não produz pérolas, pois a pérola é uma ferida cicatrizada. Marie Anaut fortalece este conceito quando escreve; “a partir de uma ferida ou sofrimento o sujeito pode construir uma experiência potencialmente proveitosa para si”. Ela ainda acrescenta a ideia que “o resiliente elabora um “oximoro” cujo modelo seria o da pérola fabricada pela ostra como resposta a uma agressão”.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Comunicar, muito difícil!


De acordo com o Dr. Ademar Lamarques "a comunicação não é o que se fala, mas aquilo que o outro entende". Um dos desafios do gerontólogo é estar mais atento ao transmitir uma mensagem verbal ou não verbal para todos os que estão à sua volta, pricipalmente se os receptores da sua mensagem forem idosos. Numa comunicação eficaz a preocupação maior é sintetizar a mensagem da forma mais simples e deixá-la mais acessível àquele que a recebe para evitar os "ruidos" na comunicação pois o foco principal não é quem passa a mensagem, não é a mensagem, mas sim, o receptor. 

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O segredo de um viver saudável


"Nunca será demais lembrar que a saúde não depende do acaso. É resultado da obediência da lei. Isso é reconhecido pelos competidores nos jogos atléticos e nas provas de resistência. Esses homens preparam-se da maneira mais cuidadosa. Submetem-se a um treino perfeito, e uma estrita disciplina. Todo hábito físico é cuidadosamente regulado. Sabem que a negligência, o excesso ou a indiferença, que enfraquecem ou prejudicam qualquer órgão ou função do corpo, resultaria na derrota certa". 


Fonte: E.G.White in A Ciência do Bom Viver pag 128.3

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Fotografia Sénior

Um gesto vale mais que mil palavras. Obrigado especial à Sandra pela permissão de publicar esta  série fotografias tão singela e ao mesmo tempo tão espectacular!  Necessite de um booking dos seus idosos? Contacte os serviços da Sandra Ventura!


quarta-feira, 24 de julho de 2013

Lidar com a Depressão no Idoso

Por Ana Costa
A depressão pode atingir cerca de 20% da população (com tendência para aumentar), representando a primeira causa de incapacidade nos países desenvolvidos no âmbito global das doenças psiquiátricas. Em conjunto com a esquizofrenia, a depressão é responsável por 60% dos suicídios em Portugal (Minist da Saúde, 2004).
A depressão, acompanhada de abrandamento psicomotor e perda de motivação, pode surgir em qualquer idade. Não é mais frequente nos idosos do que nos adultos. Do mesmo modo que as outras perturbações emotivas, a depressão é uma doença, e não uma manifestação de envelhecimento.”

A chave para um diagnóstico e intervenção efectiva na depressão geriátrica talvez esteja, por um lado, na manutenção de um elevado índice de suspeição e, por outro lado, em dar uma especial atenção à incapacidade funcional e às questões relacionadas com a qualidade de vida provocadas por uma depressão nesta idade.

Fonte: Envelhecer em Portugal

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Cuidados Paliativos

Por Estela Landeiro
O facto de se viver mais tempo não implicou, que se passasse a morrer melhor. A luta incansável pela  busca da cura, levou de algum modo a uma cultura de negação da morte, de triunfalismo heróico sobre a mesma, de ilusão de pleno controlo sobre a doença. Hoje, em pleno século XXI, e com todos os progressos da medicina, a morte continua a ser uma certeza para cada ser humano.
Assim, em 1968 surge o primeiro movimento dos cuidados paliativos em Inglaterra com Cicely Saunders e um pouco mais tarde nos EUA com Kluber-Ross. Em 2002, a OMS – Organização Mundial de Saúde,5  definiu os cuidados paliativos como uma abordagem que visa melhorar a qualidade de vida dos doentes e suas famílias que enfrentam problemas decorrentes de uma doença incurável e/ou grave e com prognóstico limitado, através da prevenção e alivio do sofrimento, com recurso à identificação precoce e tratamento rigoroso dos problemas não só físicos, como a dor, mas também dos psicossociais e espirituais. Já o Plano Nacional de Cuidados Paliativos,19 ressalta alguns aspetos:
  • Os cuidados paliativos afirmam a vida e aceitam a morte como um processo natural, pelo que não pretendemos provocá-la ou atrasá-la, através da eutanásia ou de uma obstinação terapêutica desadequada;
  •  Os cuidados paliativos têm como objetivo central o bem-estar e a qualidade de vida do doente;
  •  Os cuidados paliativos promovem uma abordagem global e holística do sofrimento dos doentes, trabalhando em equipas multidisciplinares;  Os cuidados paliativos são oferecidos com base
  • nas necessidades e não apenas no prognóstico ou no diagnóstico, pelo que podem ser introduzidos nas fases mais precoces da doença;
  •  Os cuidados paliativos, tendo a preocupação de abranger as necessidades das famílias e cuidadores, prolongam-se pelo período de luto;
  •  Os cuidados paliativos pretendem ser uma intervenção rigorosa no âmbito dos cuidados de
  • saúde, não devendo existir à margem do mesmo.
Desta forma, em cuidados paliativos, consideramos como fulcrais as seguintes áreas: controlo de sintomas, comunicação adequada, apoio à família e a comunicação e trabalho em equipa.

Fonte: Revista Patient Care Julho de 2013

segunda-feira, 15 de julho de 2013

A Caminho do Reconhecimento da Gerontologia pelo Governo Português

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Resolução da Assembleia da República n.º 92/2013

Recomenda ao Governo a regulamentação das profissões de podologista, gerontólogo e optometrista. A Assembleia da República resolve, nos termos do n.º 5 do artigo 166.º da Constituição, considerando que a podologia, a gerontologia e a optometria respondem à promoção de cuidados de saúde, ao envelhecimento ativo e a cuidados primários de saúde visual, recomendar ao Governo que regulamente o exercício das profissões de podologista, gerontólogo e optometrista no prazo de seis meses.
Aprovada em 31 de maio de 2013.
A Presidente da Assembleia da República, Maria da
Assunção A. Esteves

domingo, 14 de julho de 2013

Paratonia

Entende-se como Paratonia o distúrbio que aparece no tónus muscular provocando uma debilidade motora distinguindo-se principalmente pela ausência da capacidade de relaxamento dos músculos. Para Hobbelen (2006 pag 56) a paratonia “é um problema motor que aparece em indivíduos com demência”. Também é apresentada como “resistência a movimentos passivos”. A paratonia afeta drasticamente os movimentos do indivíduo, impossibilitando a locomoção segura. Esta patologia é provocada pela degeneração cerebral, podendo ocorrer tanto em adultos como em crianças. Tantos os movimentos de práxia globais como de práxia fina ficam severamente comprometidos. “As paratonias são observadas quer nos membros superiores, quer nos membros inferiores, através de mobilizações passivas e de quedas” Fonseca (2007 pag. 148). 

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Criar laços nas relações sociais

Resultado de imagem para empatiaPara que as relações sociais sejam positivas e produtivas é necessários criar laços de afectividade e empatia. Gosto do conceito de Rogers (1979, p 53)  quando enfoca que a empatia "significa penetrar no mundo perceptual do outro e sentir-se totalmente à vontade dentro dele”.  Comentando sobre a relação como uma expressão do laço social, Fischer (2002, p 42) escreve que " a própria noção de laço caracteriza simultaneamente uma maneira de ser humano e as modalidades de expressão que a acompanham, no sentido em que cada um está mergulhado num contexto, inserido num campo social que, de uma maneira ou doutra, o instala numa rede de trocas. Em seu livro, como fazer as pessoas a gostar de si, Boothman (2008, p 23) entende como essencial a necessidade de criar ligações fortes ao afirmar que " uma comunidade ligada disponibiliza aos seus membros força e segurança. No conceito de gerontologia é esta a força que poderá fazer dos idosos, uma das partes mais fragilizadas da sociedade, numa exército que transformarão atitudes! Creio que os idosos poderão mudar o mundo de hoje e preparar um mundo melhor para os idosos de amanhã.