Assumir a responsabilidade de ser cuidador informal é promover a saúde biopsicossocial do idoso e promover o seu conforto físico, emocional e financeiro. Bem como fomentar o fortalecimento do convívio familiar intergeracional na troca de valores, conhecimentos e experiências de vida e assegurar o fortalecimento do círculo de amizades dos mais velhos através da manutenção do convívio social.
Não menos importante é a necessidade a manutenção da saúde física, mental e social do cuidador. Aos olhos da Gerontologia Social, tanto o idoso como o cuidador são pessoas que merecem todos os cuidados necessários na promoção da homeostase, não somente porque ambos estão a envelhecer, mas como seres humanos têm direito à dignidade. E o direito à dignidade de um não pode de maneira alguma sobrepor ao direito à dignidade do outro.
A fim de que o cuidador possa ter condições para desempenhar o seu papel em promover um envelhecimento bem-sucedido é extremamente necessário que haja condições físicas, salutares, económicas e equipamentos eficientes para o bom desempenho de suas funções. Quaisquer interferências nestes princípios básicos gerontógicos e sociais podem por em risco o bem-estar do cuidador e consequentemente da pessoa idoso que está a receber os cuidados.
Entende-se que, embora estejamos a viver no século da informação, cabe aos gerontólogos e outras entidades competentes orientar e informar idosos e cuidadores informais da grande responsabilidade da missão que é cuidar dos nossos pais. A cultura, o sentimento de obrigação, os valores sociais herdados, a consciência, não nos qualifica a ser cuidadores. É necessário desenvolver um espírito de missão, de amor, de reconhecimento e humanidade para saber lidar com as situações mais extremas que esta missão possa apresentar. Não obstante cabe aos idosos aceitar os desafios da sua nova etapa da vida que é a velhice e abraçar esta situação com todas as suas vantagens em desvantagens através do processo de adaptação.
A adaptação corresponde em aceitar as mudanças físicas, sociais e políticas no paradigma da pessoa idosa. Está relacionada com valores e poder relativamente naquilo que ainda se pode controlar e o que não se controla mais e finalmente o desenvolvimento da sabedoria e da maturidade espiritual. Todos estes valores estão relacionados com a delegação de poderes, o empowerment, que é transmitido pelo gerontólogo ao idoso e ao cuidador com a finalidade de promover saúde e bem-estar para ambos.