Shmid (1999, p:33) aposta no conceito rogeriano pois entende que terapia centrada na pessoa “implica uma imagem do homem em que o ser humano, quer seja o cliente, quer seja o terapeuta, é visto como um pessoa, e como tal, considerado igualmente na sua individualidade e autonomia, interconexão e responsabilidade”. Escoval (1999, pag:45) menciona que “com base numa visão subjectiva do experienciar humano, Rogers, acredita que o cliente possui todo o potencial para se tornar consciente – “be aware” dos seus problemas e possui si todos os meios para os resolver”. É desta forma revelado o potencial inerente no self de cada pessoa em vez de projectar no terapeuta a solução para as inquietações existenciais.
Segundo Rogers (1980, p:134) “o individuo nesse clima de desenvolvimento é livre para escolher qualquer direcção, mas de facto toma decisões positivas e construtivas”. Assim ele não se sente manipulado por interpretações exteriores e vê no terapeuta a pessoa que valorizou as suas capacidades e respeitou as suas decisões evitando deste modo orientações e diagnósticos pré-concebidos.
O humanismo de Rogers (1966, pag:7) é reflectido em suas palavras quando expõe os seus sentimentos como terapeuta: “no meu relacionamento com essas pessoas o meu objectivo tem sido proporcionar um clima que contenha o máximo de segurança, de carinho, de compreensão e empatia, que eu possa encontrar dentro de mim para dar. Rogers (1979, p:20) sempre defendeu a necessidade emergente de acreditar na capacidade humana. Como ele mesmo afirmou: “deve-se, no entanto, confiar na tendência direccional que nelas existe”.
A orientação rogeriana veio contribuir para a valorização da pessoa como ser humano seja qual for o seu estado emocional, independentemente das suas incapacidades. Como frisou Rogers (1979, p: 18) “é o indivíduo que está em foco e não o problema. A solução não está em resolver um problema particular mas em ajudar o crescimento do indivíduo, de modo a que possa adaptar-se a situações presentes e futuras de uma maneira melhor integrada”. Em síntese, o conceito de Rogers (1961, p:257) relativamente à pessoa como cliente é que ele “aprenda algo da congruência, aceitação e empatia do terapeuta”.
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