Se perguntássemos às pessoas na rua quais são os fatores que elas acham que mais determinam a sua qualidade de vida e quanto tempo vão viver, muitas das respostas que obteríamos apontariam os traços herdados (a hereditariedade, os fatores genéticos) como número um. É vulgar ouvirmos as pessoas dizerem, referindo-se aos seus problemas de saúde: “Eu tenho este problema, mas o meu avô já o tinha, o meu pai também, e a minha tia…” E é certo que, nalguns casos, recebemos dos nossos ancestrais uma “herança” genética já algo debilitada e alterada (eu diria mesmo, estragada), o que nos predispõe para certas doenças.
Mas a verdade é que, para a grande maioria de nós, a nossa saúde depende de outros dois fatores: 1) daquilo que metemos no nosso corpo, e 2) do que fazemos com o nosso corpo. Ou seja, depende do nosso “estilo de vida”. Se é certo que não podemos mudar a nossa herança genética (embora hoje a engenharia genética já tente fazer “arranjos” no maltratado ADN que alguns de nós recebemos), não é menos certo que podemos mudar o nosso estilo de vida. As escolhas que fazemos no nosso dia-a-dia, no nosso estilo de vida, podem prevenir ou potenciar o desenvolvimento de doenças para as quais teremos (hipoteticamente) uma predisposição genética. Alguém dizia, com muito acerto: “A genética estragada carrega a arma, o estilo de vida puxa o gatilho.”
Fonte: Revista Saúde & Lar Setembro de 2012 nº 779
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