À medida que tomamos consciência do envelhecimento das nossas
sociedades, e da inevitabilidade desta tendência a crescer como “uma linha reta
dirigida para cima”, Aken (2009, p:47), para as décadas que se avizinham, a
nossa sociedade sofrerá uma pressão por parte da população idosa, com novos
desafios face ao papel da sociedade. Envelhecer deixou de ser um ato individual
para tornar-se um desafio social.
Como sugere Ferreira (2006, p:25) a nossa sociedade é “cada
vez mais assumida sociedade do lazer”.
Este fenómeno também é uma realidade no meio da população idosa. Um dos relatos
mais flagrantes dessa alteração foi apresentado pela CM Lisboa que confirma,
num estudo estatístico, que 80% dos turistas que visita a cidade anualmente tem
acima de 65 anos de idade. Fontes do European Tourism apontam para o início da
grande mudança e da aposta do turismo sénior, a nível internacional, a partir
da década de 1980.
Em 1993 a Organização Mundial do Turismo, em parceria com
outras instituições de carater internacional tais como a Organização Mundial da
Saúde, Nações Unidas e União Europeia escreveu a Declaração de Mogan em que foi
estabelecido o estatuto do turismo sénior, criando o “First International Forum on Tourism for the Senior Citizen”. Esse
foi um grande passo para a aposta de mercado de qualidade para o turismo
voltado para o idoso. Mas Ferreira (2007, p:52) postula que “sénior será sempre
um significado pouco preciso, dado que nos critérios de classificação,
existirão estados transitórios cujo veredito final cabe a cada investigador,
técnico ou político avalizar”.
Fazer uma distinção entre o turista e o turista sénior requer
muito mais que a classificação por idade. Como postula Ferreira (2007, p:51) “
a mera diferenciação dos seniores apenas com base no parâmetro “idade” é,
contudo, uma opção redutora e simplista, tanto mais que os outros fatores
emergem e ganham relevância, sobretudo quando se aborda este universo
populacional na ótica do seu interesse para o turismo”.
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